Cid apresentou o Jornal Nacional por 26 anos, entre 1969 e 1996, tornando-se uma das vozes mais conhecidas do país.
Congresso em Foco
03/10/2024 | Atualizado às 11h14
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Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional entre 1969 e 1996. Foto: TV Globo
Morreu nesta quinta-feira (3) um dos maiores ícones do telejornalismo brasileiro. Jornalista, locutor e apresentador, Cid Moreira faleceu aos 97 anos em Teresópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro. Ele enfrentava uma pneumonia nas últimas semanas. O anúncio da morte de Cid foi feito pela esposa dele, Fátima Sampaio, no programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo. Desde 2022, segundo Fátima, ele tratava de problemas renais, o que o levou a fazer sessões de hemodiálise. "Ele falou para mim que quer ser enterrado em Taubaté, perto da primeira esposa, da filha que foi, do neto que foi", disse em entrevista ao Encontro.
Cid apresentou o Jornal Nacional por 26 anos, entre 1969 e 1996, tornando-se uma das vozes mais conhecidas do país. No dia 24 de abril de 2015, ele apresentou um bloco do telejornal ao lado de Sergio Chapelin, seu principal parceiro nas telas, durante a semana de comemorações dos 50 anos da Rede Globo. Cid entrou para o imaginário do brasileiro com sua voz inconfundível e seu inesquecível "boa noite". Ele apresentou mais de 8 mil edições do jornal, de acordo com a Globo.
Paulista de Taubaté, no Vale do Paraíba, Cid fez aniversário na última sexta-feira (27). Sua carreira no rádio começou em 1944, quando um amigo o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Entre 1944 e 1949, ele narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade. Em 1951, ele se transferiu para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga.
Editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional, William Bonner destacou a importância de Cid para o telejornalismo brasileiro. "Para qualquer pessoa que tenha mais de 40 anos de idade, o Jornal Nacional teve aquele rosto ali. Para quem tem menos de 40 anos de idade, talvez o rosto do Jornal Nacional não seja o do Cid Moreira. Mas ele é o rosto e a voz do Fantástico", disse Bonner.
Cid também apresentou o Fantástico, em revezamento com outros colegas. Em 1999, ele narrou o quadro Mr. M., no qual um ilusionista mascarado revelava segredos do ilusionismo. O quadro virou um grande sucesso da emissora. O apresentador também se dedicou a gravar os salmos bíblicos e depois a Bíblia na íntegra. Foram sete anos de gravações, com milhões de cópias de CDs vendidas.
Em 2020, ele ganhou uma autobiografia escrita pela própria esposa: 'Boa Noite - Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil', publicado pela editora Prumo. O livro reúne depoimentos de jornalistas, amigos e parentes do jornalista.
Durante a Copa do Mundo de 2010, Cid gravou uma vinheta que foi exibida nas reportagens do Fantástico e em programas esportivos da Rede Globo. A vinheta, chamada "Jabulaaani!", referia-se à bola Adidas Jabulani e continua sendo um sucesso em sites de vídeos até hoje.
Nos últimos anos, Cid continuava ativo nas redes sociais, onde divulgava seus trabalhos e lia poemas. O canal dele no Youtube tem 322 mil inscritos. Seu perfil no Instagram é seguido por 1,4 milhão de usuários.
No último dia 30, ele publicou no Youtube um vídeo em que declamava o poema "Meus 8 anos", de Casimiro de Abreu. Antes de iniciar a leitura, Cid comemorou a chegada aos 97 anos. "Nem acredito que estou chegando próximo a um centenário. Se perguntar para aquele menino de calças curtas, em Taubaté, São Paulo, nem poderia imaginar tantas emoções, aprendizagens, pessoas que conheci neste tempo. Só gratidão a Deus pelas minhas experiências". Veja o vídeo: