Câmara deverá se debruçar sobre pacote de cortes de gastos ao longo da semana, e o Senado sobre a renegociação das dívidas dos estados. Foto: Antônio Cruz/Agência BrasilCruz/Agência Brasil
Por causa do feriado nacional do
Dia da Consciência Negra, a ser celebrado na próxima quarta-feira (20), a semana será mais curta no Congresso. Excepcionalmente, as votações devem começar já nesta segunda-feira. Estão previstas sessões deliberativas nas duas Casas.
Veja
cinco destaques para ficar de olho na semana:
Emendas parlamentares
Os senadores devem concluir nesta segunda a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 175/2024, que altera a execução das
emendas parlamentares. O PLP, de autoria do deputado
Rubens Pereira Jr. (PT-MA), foi construído a partir de negociações entre os Três Poderes com o objetivo de estabelecer regras para dar maior transparência ao repasse de recursos públicos aos estados e municípios.
O texto-base foi aprovado na quarta passada por 46 votos a 18. Número acima dos 41 votos necessários para a aprovação de um projeto de lei complementar. O relator da proposta,
Angelo Coronel (PSD-BA), fez algumas alterações no texto, que agora retornará à Câmara dos Deputados.
Os deputados devem retomar a discussão sobre a PEC 5/2023, que amplia a imunidade tributária para templos de qualquer culto. O texto proíbe a cobrança de tributos sobre bens ou serviços necessários à formação do patrimônio, à geração de renda e à prestação de serviços de todas as religiões.
A PEC ainda prevê expressamente que também não podem ser tributadas as organizações assistenciais e beneficentes ligadas a confissões religiosas, como creches, asilos e comunidades terapêuticas, entre outras. A votação da proposta foi suspensa na última quarta-feira após o atentado a bomba na Praça dos Três Poderes executado por um extremista de direita, que acabou morrendo em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Cotas para concurso
Pode ser votado em plenário o projeto de lei que substituirá a
Lei de Cotas no Serviço Público. O pedido de urgência foi aprovado semana passada, o que liberou a proposta de passar por algumas comissões. A relatora,
Carol Dartora (PT-PR), negocia com os líderes e o presidente da Câmara a votação do texto ainda esta semana, dentro das celebrações do Mês Nacional da Consciência Negra.
Aprovado pelo Senado em abril deste ano, o PL 1.958/2021, de autoria do senador
Paulo Paim (PT-RS), aumenta o percentual das cotas nos concursos públicos de 20% para 30%. Além de pretos e pardos, hoje contemplados com a reserva das vagas em concursos, o projeto estende a prerrogativa a quilombolas e indígenas. A proposta mantém a confirmação complementar à autodeclaração racial. Para coibir fraudes, a proposta prevê a padronização nacional das bancas de heteroidentificação, com participação de especialistas e garantia de recurso da decisão.
Entenda o novo projeto das cotas no serviço público
Aborto
Ainda na Câmara serão debatidas pautas de interesse de partidos de direita. Na terça-feira (19), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) retoma a discussão sobre a
Proposta de Emenda Constitucional 164/2012, que proíbe o aborto legal mesmo em casos de estupro. O texto é de autoria do ex-deputado cassado e ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha (RJ). A PEC, apresentada em 2012, foi desengavetada presidente da comissão, deputada Carol de Toni (PL-SC). A deputada
Chris Tonietto (PL-RJ), relatora da proposta, leu o parecer favorável à proposta. Nesta etapa, os parlamentares não analisam o mérito da PEC, mas a admissibilidade, ou seja, se o texto atende aos pressupostos constitucionais e legislativos. A PEC estabelece que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, desde a concepção, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes". Caso passe pela CCJ, a proposição terá seu mérito analisado por uma comissão especial.
Na mesma reunião, será analisado o PL 254/2022, que prevê alteração no Código Penal para criar o crime de acusação falsa de nazismo. O texto de autoria de deputados do PL tem relatoria de Júlia Zanata (PL-SC). Segundo a proposta, acusar falsamente alguém de ser nazista será um crime passível de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Leia também: