[caption id="attachment_184665" align="alignright" width="310" caption="Vice-presidente pôs panos quentes no atrito entre Cunha e governistas"]

[fotografo]Marcelo Camargo/Agência Brasil[/fotografo][/caption]O vice-presidente da República, Michel Temer, declarou nesta segunda-feira (26) não acreditar que a Polícia Federal esteja por trás das gravações de áudio apresentadas na última terça-feira (20) pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Candidato do partido à Presidência da Casa, Cunha disse que a
gravação, com diálogo supostamente combinado, tenta ligá-lo às denúncias da Operação Lava Jato. O caso foi levado ao Ministério da Justiça, que determinou investigação por parte da Polícia Federal.
Para Temer, o próprio Eduardo Cunha não acredita no envolvimento da PF na divulgação do áudio. "Não acredito e nem o Eduardo Cunha acredita. A Polícia Federal cumpre seu papel de investigação. Eu não acredito que alguém da Polícia Federal pudesse fazer isso", disse Temer, presidente nacional licenciado do PMDB. O peemedebista deu a declaração depois de participar de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), informa a Agência Estado.
Em conversa com jornalistas na Câmara, na semana passada, Cunha disse ter sido vítima de "nova alopragem". A primeira, segundo o deputado, aconteceu quando foram publicadas reportagens sobre seu suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Em uma das matérias, relata-se que o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, entregou dinheiro de propina ao peemedebista por ordem de Youssef.
Em meio à disputa com o deputado
Arlindo Chinaglia (SP), candidato do PT ao comando da Câmara, Cunha chegou a acusar a cúpula da PF pela divulgação do áudio. Mas, depois da conversa com jornalistas, o peemedebista usou sua conta no Twitter para negar que a gravação tenha sido montada por integrantes do governo. "Se tivesse a certeza de que era o governo teria procurado direto o MP e não o governo", afirmou, em uma das mensagens.
Rusga
As declarações de Cunha provocaram pronta
reação por parte do líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). "Esta acusação é absolutamente indevida", disse Fontana, acrescentando ser "algo inaceitável" convocar a imprensa e mostrar a gravação, assim como a tentativa de envolver o governo no caso. "Uma coisa é pedir investigação [.] mas não imediatamente politizar isso. Quem é candidato deve estar preparado para ganhar ou perder", disse Fontana. Ele garante não haver "cooptação" de aliados com oferecimento de cargos em troca do voto em Chinaglia. "[A disputa na Câmara] não tem vínculo de formação de governo."
Depois das declarações de Fontana, Cunha voltou à
ofensiva e disse que o PMDB não negocia mais com ele. Também por meio do Twitter, disse que o colega petista sempre foi um líder "fraco, desagregador e radical".