[caption id="attachment_296355" align="aligncenter" width="550" caption="Renan tem perdido força diante da ascensão de Eunício como liderança peemedebista no Senado "]

[fotografo]Pedro França/Agência Senado[/fotografo][/caption]
Integrantes da maior bancada do Senado, os 22 parlamentares do PMDB vão traçar nesta terça-feira (30) o destino de seu líder,
Renan Calheiros (AL). Desde que assumiu o posto, em fevereiro, Renan fala como parlamentar de oposição. Articulou a votação contrária de projetos importantes para o governo, como o que regulamenta a terceirização de mão-de-obra, e trabalha para a rejeição das reformas trabalhista e da Previdência.
Pelo menos 14 senadores da legenda não aceitam ser liderados por um colega que faz oposição ao presidente Michel Temer. Nesse sentido, pretendem votar contrariamente à orientação do líder em propostas enviadas ao Congresso pelo Palácio do Planalto. Esse número já é suficiente para que o líder seja trocado. Renan só tem garantido na bancada a solidariedade de colegas como Kátia Abreu (TO), Roberto Requião (PR),
Jader Barbalho (PA) e
Eduardo Braga (AM), todos ligados à gestão da presidente cassada Dilma Rousseff.
Há duas semanas Braga tentou segurar Renan no cargo com uma
tentativa frustrada de conseguir um abaixo-assinado de apoio ao líder. Faltou adesão. Há uma semana, o grupo que tenta afinar o discurso do líder com o do Planalto tentou convencer Renan a ceder. Mas ouviram que o ex-presidente do Senado
não está disposto a aceitar canga, referência às cangalhas dos animais de carga.
O presidente Michel Temer quer uma rápida solução para a liderança da bancada do seu partido no Senado - posto importante politicamente em que, em razão de suas funções regimentais, quem o ocupa pode atrapalhar muito a aprovação de projetos e emendas de interesse do Planalto. Mas Temer não quer parecer que foi o carrasco de Renan.
A posição política do líder Renan o afastou de seus principais aliados políticos dentro do PMDB e do próprio Senado: o atual presidente da Casa,
Eunício Oliveira (CE), que também é o tesoureiro da legenda, e o presidente nacional do próprio partido e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). O acordo político que havia entre os três começou a fazer água quando Renan, assim que assumiu o posto, virou oposicionista.
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