Médicos fazem enterro simbólico da presidenta Dilma Rousseff
[caption id="attachment_121753" align="alignleft" width="300" caption="Médicos fazem enterro simbólico da saúde em Brasília"]

[fotografo] Valter Campanato / ABr [/fotografo][/caption]Médicos de todo o país se declararam em luto nesta terça-feira (23) para protestar contra o programa
Mais Médicos do governo Dilma. Em nota oficial da Associação Paulista de Medicina,do Conselho Regional de Medicina e do Sindicato de Médicos do Estado de São Paulo, a categoria afirma que "o protesto é parte de um grito de basta nacional, que envolve profissionais de medicina, pacientes, entidades plurais da sociedade civil, enfim, o conjunto da comunidade paulista e brasileira".
Nas ruas da capital paulista, médicos fizeram um funeral simbólico da presidenta Dilma Rousseff, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Segundo a nota, o programa Mais Médicos é o mais "contundente ataque já registrado no Brasil contra a saúde pública". "Estamos em luto pelo risco iminente de falência múltipla dos órgãos da saúde pública do país. O Sistema Único de Saúde, neste exato instante, é obrigado pelo governo federal a ingerir um remédio letal, batizado de programa Mais Médicos", dizem os médicos.
No documento, os profissionais paulistas listam nove pontos da medida que consideram oportunistas e autoritários, além de não serem suficientes para resolver o problema da saúde no país. Dentre eles está a contratação de médicos estrangeiros que poderiam atuar no país sem a revalidação do diploma em vagas não preenchidas por brasileiros e a obrigatoriedade de trabalhar por dois anos na saúde pública após os seis anos de curso de medicina.
Os médicos fazem um apelo ao presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que atuem pela derrubada da medida provisória que instituiu o programa Mais Médicos. A MP será analisada pelos parlamentares em agosto.
Segundo a Agência Brasil, os profissionais da Bahia paralisaram hoje o atendimento nas redes pública e privada. Profissionais do Distrito Federal irão se vestir de preto para demonstrar o luto, e farão uma operação padrão no atendimento. Os sindicatos de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, do Paraná e do Rio Grande do Norte anunciaram que vão aderir à paralisação. No Piauí, os médicos decidiram manter o atendimento, mas, para demonstrar a insatisfação com as medidas do governo, vão usar um adesivo com a frase "Orgulho de ser médico!".
Na semana passada, o Conselho Federal de Medicina entrou com uma ação civil pública na Justiça para pedir a suspensão do programa. Representantes da categoria também abandonaram as comissões técnicas federais, que discutem soluções para os problemas da saúde no país.
Segundo a Federação Nacional dos Médicos, novos atos podem acontecer em 30 e 31 de julho, e caso as demandas da categoria não sejam aceitas, eles prevêem uma greve por tempo indeterminado em agosto.
Veja a íntegra da nota divulgada hoje pelos médicos de São Paulo
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