[caption id="attachment_125657" align="alignright" width="290" caption="Dilma recebeu no Congresso o relatório da CPMI da violência contra as mulheres "]

[fotografo]Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Em entrevista coletiva realizada após a entrega do relatório sobre a violência contra a mulher, a presidenta Dilma Rousseff lamentou nesta terça-feira (27) a entrada no Brasil, sem o consentimento do governo Evo Morales, do senador oposicionista boliviano Róger Pinto Molina. Ela também respondeu ao comentário feito pelo encarregado de negócios da embaixada brasileira no país, Eduardo Sabóia, de que se sentia um "torturador do DOI-CODI" ao manter o parlamentar no local há mais de um ano.
Dilma ficou irritada quando questionada sobre a declaração do diplomata brasileiro Eduardo Sabóia, responsável por trazer Molina ao Brasil, que comparou o asilo concedido ao senador boliviano ao Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão de repressão da ditadura militar brasileira). "Eu estive no DOI-Codi. Asseguro que é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira de La Paz como é distante o céu do inferno", afirmou Dilma.
Ele estava asilado na embaixada brasileira em La Paz há 452 dias e fugiu da representação diplomática na semana passada, chegando a Brasília no domingo (25). "Um país civilizado e democrático protege seus asilados. O Brasil jamais poderia aceitar... Sem salvo conduto do governo boliviano, não poderia colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sobre sua guarda. A Embaixada do Brasil é extremamente confortável. Lamento profundamente que um asilado tenha sido submetido a insegurança a que este foi", disparou Dilma. "Se nada aconteceu, essa não é essa a questão. Poderia ter acontecido. Um governo não negocia vidas", complementou.
Molina responde a diversos processos judiciais e se diz perseguido pelo governo Morales. O episódio resultou na
demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. No lugar de Patriota entra Luiz Alberto Figueiredo, atual embaixador brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU). Dilma esteve hoje no Congresso para receber o relatório final da CPMI da violência contra as mulheres.
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