[caption id="attachment_128973" align="alignleft" width="290" caption="Ação movida pelo PPS será relatada pelo ministro Celso de Mello"]

[fotografo]José Cruz/ABr[/fotografo][/caption]O PPS entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que pede que seja tratada como crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. O partido quer que assassinatos, atos de violência ou discriminatórios por homofobia e transfobia sejam combatidos com o mesmo rigor previsto na Lei 7716/89, a Lei do Racismo.
"Todas as formas de homofobia e transfobia devem ser punidas com o mesmo rigor aplicado atualmente pela Lei de Racismo, sob pena de hierarquização de opressões decorrente da punição mais severa de determinada opressão relativamente a outra", sustenta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão protocolada pelo partido, que será relatada pelo ministro Celso de Mello.
Para o PPS, o Congresso foi omisso ao não votar a lei que torna crime a discriminação de homossexuais. Na semana passada, o Senado
decidiu incorporar as discussões do PLC 122/06, o chamado
PL da Homofobia, que tramitava na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, no debate do novo
Código Penal. O projeto de reformulação da legislação penal será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Congresso sob pressão
O PPS alega que a ação foi proposta para seja imposto ao Poder Legislativo o dever de elaborar legislação criminal que puna a homofobia e a transfobia, espécies de racismo. "Racismo é toda ideologia que pregue a superioridade/inferioridade de um grupo relativamente a outro e a homofobia e a transfobia - espécies de racismo - implicam necessariamente na inferiorização da população LGBT relativamente a pessoas heterossexuais cisgêneras (que se identificam com o próprio gênero)", afirma a sigla no documento assinado pelo presidente, deputado Roberto Freire (PPS-SP).
O partido acusa o Congresso de prejudicar parcela da população ao não decidir sobre o assunto. "O legislador não aprova, mas também não rejeita, deixando este e todos os outros temas relativos à população LGBT em um verdadeiro limbo deliberativo", sustenta a legenda na ação, de acordo com o STF.
Como mostrou o
Congresso em Foco, evangélicos como os senadores
Magno Malta (PR-ES) e Eduardo Lopes (PRB-RJ) e o
pastor Silas Malafaia comemoraram na semana passada a manobra que, segundo eles, "sepultou" o PL da Homofobia. O deputado
Jean Wyllys (Psol-RJ), um dos principais representantes dos homossexuais no Parlamento, reconheceu que a medida "enterra" o projeto e promete apresentar nova proposta sobre o assunto. Para ele, a base governista "cedeu a chantagem do fundamentalismo religioso".
Veja mais sobre homofobia
Leia mais sobre igrejas
Outros textos sobre direitos humanos
Nosso jornalismo precisa da sua assinatura