[caption id="attachment_173964" align="alignleft" width="285" caption="Para Dilma, informações não deveriam ser divulgadas no período eleitoral"]

[fotografo]Ichiro Guerra/Divulgação[/fotografo][/caption]Candidata à reeleição, a presidenta Dilma Rousseff questionou nesta sexta-feira (10) a
divulgação de partes dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. As declarações dos dois reforçam as investigações sobre um esquema de corrupção que irrigava as contas de partidos políticos e de diretores da estatal.
"Sei que essas informações estão ainda sob sigilo e eu pedi essas informações, então eu acho muito estranho e estarrecedor que no meio da campanha eleitoral façam esse tipo de divulgação", afirmou Dilma em coletiva de imprensa no Palácio do Alvorada. Para ela, a divulgação parcial do conteúdo do depoimento é "incorreto". Além disso, a presidenta questionou a autoridade da Justiça Federal no caso.
Nos áudios, Paulo Roberto reforçou a informação de que o
PT recebia 3% dos valores de contratos assinados pela Petrobras. Também disse que PMDB e PP eram beneficiados pelo esquema de corrupção. O valor era usado, de acordo com o depoimento, nas campanhas eleitorais dos partidos. Já Youssef informou que a base aliada de Lula trancou a pauta do Congresso por três meses até o ex-diretor ser nomeado na estatal.
Ao serem divulgados, os áudios foram inicialmente associados com o processo de delação premiada que beneficiou o doleiro e o ex-diretor da estatal. Porém, Sérgio Mouro, juiz responsável pela Operação Lava-Jato na 13ª Vara Federal, afirmou hoje que os depoimentos são relativos a outra investigação. Eles estão dentro da ação penal sobre irregularidades na construção da
refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
O conteúdo da delação premiada, que foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki em 30 de setembro, continua sob segredo de Justiça. Ontem, Teori
negou o acesso do Ministério da Justiça e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aos depoimentos.
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