[caption id="attachment_182949" align="alignleft" width="285" caption="Eduardo Cunha diz conhecer lobista, mas que jamais recebeu dinheiro dele: "Quem deve esclarecer isso é o senhor Fernando Baiano""]
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[fotografo]Zeca Ribeiro/Ag. Câmara[/fotografo][/caption]O doleiro Alberto Youssef, preso acusado de operar um esquema que movimentou mais de R$ 10 bilhões na Operação Lava Jato, apontou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como um dos beneficiários de propina do esquema de corrupção e cartel na Petrobras, segundo o jornal
O Estado de S.Paulo. De acordo com a reportagem, Youssef disse em delação premiada ao Ministério Público Federal que o lobista Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador do PMDB no esquema, fez repasses ao líder do PMDB, considerado o principal candidato à presidência da Câmara.
Em entrevista ao
Estadão, Eduardo Cunha afirmou que conhece Fernando Baiano e que o recepcionou em seu escritório na condição de representante de uma empresa espanhola, mas que jamais recebeu dinheiro dele. "Quem deve esclarecer isso é o senhor Fernando Baiano", declarou ao jornal.
O peemedebista também disse não acreditar que Youssef o tenha acusado na delação premiada. "Eu tenho certeza absoluta que essa informação é falsa. Não existe nada. Eu tenho absoluta convicção", afirmou. "Não o conheço, como nunca vi Alberto Youssef", afirmou o deputado aos repórteres Fausto Macedo e Ricardo Brandt.
Fernando Baiano foi denunciado pela Procuradoria da República em dezembro por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber, juntamente com o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, US$ 40 milhões para viabilizar contratos de navios-sonda.
Reportagem da
Folha de S.Paulo publicada ontem informou que o Ministério Público Federal prepara pedido de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o líder do PMDB com base em declaração do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, acusado de entregar dinheiro a agentes públicos a mando de Youssef.
Em entrevista à
Folha, Eduardo Cunha disse que já tinha conhecimento da citação de seu nome por parte do policial. O deputado relata que, no depoimento, Careca afirma que entregou determinado valor em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio, e que "teria ouvido dizer" que se tratava de seu endereço. "É um fato absolutamente conhecido. Ele não afirma que se trata de mim, mas que apenas ouviu dizer. E a localização não tem nada a ver comigo, o endereço não bate com o meu endereço. Estou absolutamente tranquilo", disse o peemedebista.
De acordo com o Jornal Nacional, a defesa de Careca apresentou uma retificação de seu depoimento à Justiça. Segundo os advogados do policial, o dinheiro do doleiro foi entregue em outro local, no Condomínio Novo Leblon, ao proprietário da residência. Ainda conforme a defesa, funcionários do condomínio informaram que Eduardo Cunha nunca morou lá.
Leia a reportagem do Estadão
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