[caption id="attachment_242777" align="alignleft" width="285" caption="Para PGR, há indícios de que Renan tentou obstruir as investigações da Lava Jato; senador nega"]
Renan Calheiros_Lula Marques/Agência PT" src="https://static.congressoemfoco.com.br/2016/05/Renan-Calheiros1.jpg" alt="" width="285" height="270" />[fotografo]ABr[/fotografo][/caption]Em clima de constrangimento com o pedido de prisão do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vários senadores começaram a discutir se o chefe do Poder Legislativo tem condições políticas de continuar à frente dos trabalhos do Congresso Nacional. Durante a manhã os parlamentares se perguntavam pelos corredores do Senado "o que fazer". As respostas sempre foram evasivas. Mas reconhecem que a crise política é inédita e paralisa o funcionamento da Casa.
Questionado sobre a solução para a crise, o senador Benedito de Lira (PP-AL), adversário regional de Renan, respondeu: "Não sei". E completou: "Um ladrão de galinha vai para a cadeia. Mas o presidente (
Renan Calheiros) não soube honrar o cargo". Também investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Lava Jato, Benedito disse que, em caso de prisão do peemedebista, o natural seria assumir o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC).
A senadora Ana Amélia (PP-RS) também reconhece a crise e a urgência de tentar ultrapassá-la. Ela disse que vai se reunir com um grupo de colegas para decidir o que fazer neste momento. Sugere um rápido pronunciamento do presidente Renan e esperar a decisão final do Supremo Tribunal Federal que hoje à tarde deve julgar o pedido de prisão de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente do partido, e do ex-presidente José Sarney. "O momento é muito grave e estamos tentando dar um ar de normalidade ao Senado com o funcionamento das comissões", disse Ana Amélia.
No Senado, os senadores se revezam para tentar dar quórum à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que sabatina o economista Ilan Goldfajn, indicado pelo Palácio do Planalto para ser o novo presidente do Banco Central. Em outra comissão, o ministro da Comunicação, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), tentava responder questões sobre a sua área. O plenário do Senado ficou vazio e o presidente
Renan Calheiros não apareceu.
O líder do governo no Senado, Aloisyo Nunes Ferreira (PSDB-SP), evitou dar entrevistas. Perguntado se o dia tinha começado quente, desconversou: "Põe quente nisso" . O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), também desconversava. Questionado sobre o que fazer nesta hora de crise, disse: "Esta é a pergunta que fazemos há várias semanas e não sabemos responder". O senador João Capiberibe (PSB-AP), sugeriu que o Congresso pare seus trabalhos e analise a situação política das duas casas para depois continuar tentando trabalhar assuntos específicos.
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