Bolsonaro ironizou formação do bloco, que reunirá 37 deputados na próxima legislatura[fotografo]Reprodução[/fotografo]
Como já
haviam sinalizado no final de outubro, depois das eleições presidenciais, as bancadas do PDT, do PCdoB e do PSB na Câmara confirmaram nesta quinta-feira (20) a formação de um bloco de oposição ao presidente eleito
Jair Bolsonaro (PSL) a partir de 1º de janeiro de 2019. O agrupamento oposicionista não incluirá o PT, para efeitos regimentais, como também já estava pré-definido.
Os propósitos dos três partidos, segundo suas lideranças, são "a luta em defesa de democracia, dos direitos sociais e em favor de ideias e propostas de interesse do Brasil". Líder do PT na Câmara,
André Figueiredo (CE) resumiu os termos da nota (imagem abaixo) divulgada hoje (quinta, 20) por meio do Twitter e demais redes sociais.

"É o início de uma caminhada de partidos com identidade histórica para barrar retrocessos que sejam pautados na Câmara dos Deputados", escreveu o parlamentar.
Tão logo soube da formação do bloco, Bolsonaro também foi ao Twitter e ironizou a formação do bloco de oposição - em 2019, o grupo terá 37 deputados ora ironizados pelo presidente eleito (PDT e PSB elegeram 14 cada um, enquanto o PCdoB elegeu 9).
São 21 representantes a menos em relação à legislatura que chega ao fim - atualmente, esses partidos reúnem 58 deputados (26 do PSB, 21 do PDT e 11 do PCdoB).
São 513 os ocupantes de cadeiras na Câmara, mas Bolsonaro demonstra não estar preocupado com os números necessários para aprovar propostas de reforma como a da Previdência - proposição de que depende o sucesso do governo em relação ao controle das contas públicas.
"Se me apoiassem é que preocuparia o Brasil", escreveu o capitão da reserva. "Não darei a eles o que querem! Boa tarde a todos!"
Durante a campanha eleitoral, o PDT lançou a candidatura de Ciro Gomes e o PCdoB lançou a candidata à vice-presidência Manuela D´Ávila na chapa de Fernando Haddad (PT). Já o PSB se manteve neutro no primeiro turno e, no segundo, declarou apoio à candidatura de Haddad.
Mas, em meio aos processos de negociação por apoio, Ciro protagonizou episódios de atrito com o PT principalmente na disputa da aliança com o PSB. O pedetista acusou os petistas de atropelarem sua trajetória eleitoral e, quando chegou o segundo turno, recusou apoiar Haddad explicitamente, recomendando voto contra o autoritarismo personificado em Bolsonaro.
> Gleisi reclama de falta de apoio a Haddad: "Esperávamos que movimento fosse natural"
> Equipe econômica de Bolsonaro não durará seis meses, projeta Cid Gomes