À pedido dos relatores, os processos de Nikolas Ferreira e Carla Zambelli foram arquivados pelo Conselho de Ética da Câmara. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
A prestação de contas da
campanha eleitoral da deputada
Carla Zambelli (PL-SP) contou com um registro falsificado de doação, conforme revelou uma reportagem do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles. O comerciante Roberto Habermann, apoiador dela e do ex-presidente
Jair Bolsonaro, foi cadastrado como doador sem nunca ter fornecido recursos à deputada, e ainda teve sua assinatura fraudada, segundo a matéria.
Consultado pela coluna, Habermann contou já ter participado de encontros de militantes bolsonaristas em Ribeirão Preto (SP) durante as eleições de 2018. Ele negou ter oferecido qualquer tipo de serviço ou ter entregue qualquer quantia à até então candidata ao seu primeiro mandato como deputada. Ainda assim, Zambelli entregou ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um registro de doação de R$ 870, utilizando uma assinatura que, de acordo com o comerciante, sequer é parecida com a sua.
Habermann acredita que seus dados foram obtidos por Camilo Calandreli, assessor parlamentar de Carla Zambelli e que, em 2018, colhia assinaturas para a criação do partido Aliança Pelo Brasil, esforço empreendido por Jair Bolsonaro que acabou não prosperando. "Meu nome foi jogado num lugar, numa vala, que eu não conheço", diz o comerciante.
O prazo para impugnação da eleição de Carla Zambelli já se esgotou. Ainda existe, porém, a possibilidade de ela ser investigada pela Justiça eleitoral. Caso se confirme o envio de informações falsas na prestação de contas, ela pode sofrer até cinco anos de prisão, além de perder o mandato e ter seus direitos políticos suspensos.
Em nota, o gabinete da deputada afirmou que Habermann prestou serviço voluntário para a divulgação da campanha da deputada por 29 dias durante as eleições de 2022. O comerciante nega a realização do serviço.