[caption id="attachment_146456" align="alignleft" width="285" caption="Dilma comandava o Conselho de Administração da Petrobras e também apoiou compra de refinaria"]
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[fotografo]Ricardo Stuckert/PR[/fotografo][/caption]Cinco senadores de partidos diferentes vão recorrer à Procuradoria-Geral da República (PGR) para cobrar explicações da presidenta
Dilma Rousseff sobre os responsáveis pela compra de uma refinaria pela
Petrobras no estado do Texas, nos Estados Unidos. Os parlamentares querem que seja investigada a reunião do Conselho de Administração da estatal, em 2006, que avaliou o negócio que tem causado prejuízo estimado em R$ 1 bilhão. Dilma era, na época, ministra da Casa Civil e presidenta do conselho. Eles suspeitam que ela tenha sido negligente no caso.
A representação contra a presidenta será apresentada pelos senadores
Randolfe Rodrigues (Psol-AP), Pedro Simon (PMDB-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF), Ana Amélia (PP-RS) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Caberá ao procurador-geral, Rodrigo Janot, decidir se leva as investigações adiante.
Em outra frente, no Congresso, os cinco parlamentares defendem a instalação de uma CPI mista, composta por deputados e senadores, para apurar esta e outras denúncias envolvendo a estatal. "A maior defesa que se faz à Petrobras neste momento é investigar o que está acontecendo", diz o senador Randolfe.
De acordo com reportagem do jornal
O Estado de S. Paulo, documentos até agora inéditos revelam que Dilma votou favoravelmente, em 2006, à compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena. Mas, ao justificar a decisão ao jornal, ela disse que só apoiou a medida porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho".
Sob investigação
A negociação é investigada pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público Federal, que suspeitam de superfaturamento e evasão de divisas. Sob o comando de Dilma, o conselho da Petrobras autorizou, oito anos atrás, a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões. Por causa de cláusulas de contrato, a estatal foi obrigada a ficar com 100% da unidade, tendo de desembolsar US$ 1,18 bilhão (cerca de R$ 2,76 bilhões hoje) - quase quatro vezes mais do que o valor previsto inicialmente.
Para os senadores, ainda que se trate apenas de incompetência de gestão, Dilma deu aval a um desmando e precisa esclarecer como isso ocorreu. Um dos diretores que participaram do relatório apontado como "falho" pela presidenta foi preso ontem (20) pela Polícia Federal, em meio a investigações da Operação Lava-Jato, que apura lavagem de dinheiro. O ex-diretor é alvo de uma investigação que corre no Ministério Público Federal no Rio sobre a negociação da refinaria.
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