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Na reta final da
Copa do Mundo, o bike repórter Afonso Morais conversou com o jornalista esportivo José Cruz sobre alguns temas relacionados ao Mundial. O encontro aconteceu na frente do estádio Mané Garrincha, em Brasília, que custou mais de R$ 1 bilhão.
Reconhecido como um dos maiores especialistas em política e economia do esporte, Cruz analisa o volume de recursos aplicado e rebate a presidente Dilma Rousseff, que, em pronunciamento antes da Copa, declarou que o governo teria investido 212 vezes mais em saúde e educação do que o valor gasto em estádios (R$ 8 bilhões). "Os investimentos foram bem menores do que o anunciado", afirmou.
Segundo ele, dados da ONG Contas Abertas, mostram que com o dinheiro desembolsado nas arenas seria possível construir mais de 2.380 escolas. "Uma coisa são os investimentos, outra são as despesas correntes: houve uma mistura aí", disse Cruz. "O valor para investimento é bem menor, como já foi demonstrado com números oficiais", rebate o jornalista.
Ele também explica a redução das manifestações públicas durante o megaevento. "A paixão pelo futebol transformou os 'protestantes' em torcedores". "O jogo da bola é um apelo muito forte e o brasileiro se envolve nele."
O último protesto na verdade foi um quebra-quebra em algumas cidades após a humilhante derrota de 7 a 1 que a Alemanha impôs à seleção brasileira nas semifinais da Copa. Em São Paulo, 23 ônibus foram depredados.
Elefantes e expectativas
José Cruz alerta que os estádios construídos em Brasília, Cuiabá, Rio Grande do Norte e Manaus "se tornarão elefantes brancos". "[O Mané Garrincha] é um estádio para jogos de Copa do Mundo. O que o governo vai fazer com esse estádio?", questiona.
Para Cruz, seria necessário, no mínimo, um show mensal para 70 mil pessoas no local. Mas nem isso se sabe será feito. "Já pedimos ao GDF [Governo do Distrito Federal] os balanços dos borderôs, mas até hoje não recebemos", afirmou. A terceirização anunciada da arena de Brasília até hoje não existe, nem mesmo licitação. "Por enquanto são só expectativas e previsões, mostrando que isso aqui, a exemplo de Manaus, Cuiabá e Natal, será um elefante branco."
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