[caption id="attachment_179672" align="alignright" width="285" caption="Jornal norte-americano diz que Congresso está na contramão do Planalto"]
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[fotografo]The New York Times/Reprodução[/fotografo][/caption]Usando este
site como uma de suas fontes, o jornal norte-americano
The New York Times publicou em sua versão online neste sábado (29), reproduzindo o material na versão impressa de domingo, reportagem sobre a iminência do aumento da remuneração de deputados e senadores em tempos de cortes de gastos. Lembrando que a nova equipe econômica brasileira será liderada pelo "mãos de tesoura" Joaquim Levy, ministro da Fazenda escolhido pela presidenta Dilma Rousseff a partir de 2015, o jornal, de maneia irônica, diz que o Congresso Nacional reage na contramão das mudanças e do anúncio de arrocho financeiro.
Confira a íntegra da reportagem, em inglês:
Em meio a crise, Congresso brasileiro visa aumento
"Como o Congresso brasileiro tem reagido a essas mudanças?", questiona a reportagem, para responder em seguida. "Movendo-se rapidamente para garantir aos congressistas um aumento de salário gritante."
A menção ao
Congresso em Foco, "um grupo de monitoramento do Congresso", é feita no trecho da reportagem sobre o "peso" da corrupção e da impunidade sobre o Parlamento. O
New York Times cita reportagem da revista
Congresso em Foco,
reproduzida no
site em 25 de setembro do ano passado, mostrando que mais de 40% dos parlamentares desta legislatura enfrenta algum tipo de acusação na Justiça. O jornal norte-americano critica ainda o fato de que congressistas, devido ao foro privilegiado, "nunca vão para a cadeia", uma vez que, segundo a reportagem, são beneficiados por "anos de atraso" quando seus respectivos processos chegam ao Supremo Tribunal Federal.
O texto, assinado por Simon Romero, é iniciado com a menção à vitória de Dilma sobre o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), em outubro, em meio a uma "economia preguiçosa" e impasses orçamentários - motivos que a teriam levado a optar pela mudança na equipe econômica, diz o jornal. Informando que o aumento na remuneração dos deputados significará impacto anual de "$187,00", aumento de "34%", a matéria registra a fala do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), sobre o assunto.
"Tem de haver o aumento. Isso é constitucional. O último reajuste foi quatro anos atrás", diz o deputado, segundo o texto do jornal norte-americano, que volta a empregar tom irônico na abordagem do assunto.
"Além de esbanjar pagar mais em um Congresso que já está entre os mais bem remunerados no mundo, espera-se que o aumento coloque em movimento o que os economistas aqui [dos EUA] chamam de 'efeito dominó' de aumentos, em torno da vasta burocracia pública brasileira, para funcionários que vão da Senhora Dilma Rousseff, a presidente, aos juízes das cortes superiores e os membros dos legislativos estaduais. O aumento iria catapultar a remuneração base dos parlamentares brasileiros e fazê-la ultrapassar a dos congressistas norte-americanos, cujos salários são de cerca de 174 mil dólares por ano, e isso ameaça alimentar o ressentimento [dos americanos] sobre o alto nível de vida em Brasília", diz outro trecho da reportagem.
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