[caption id="attachment_130364" align="alignleft" width="285" caption="Lindbergh: "Vai ter um reequilíbrio fiscal? Tudo bem, mas não pode ser dessa forma, com o trabalhador pagando a conta""]
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[fotografo]Agência Senado[/fotografo][/caption]O senador
Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a presidenta Dilma Rousseff (PT) pela edição das medidas provisórias (MPs) incluídas no pacote de ajuste fiscal que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego. Em entrevista ao jornal
O Globo, o petista disse que a presidenta dialogou pouco sobre o assunto com a sociedade e deu um "tiro no pé". "Vai ter um reequilíbrio fiscal? Tudo bem, mas não pode ser dessa forma, com o trabalhador pagando a conta", declarou o senador à repórter Fernanda Krakovics. "A gente está dando um tiro contra nossas bases sociais, contra a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o movimento sindical. Esse povo é que sai em defesa do governo", acrescentou.
Segundo o senador, a bancada do PT no Senado vai propor alterações nas medidas provisórias e sugerir ao governo que adote outras ações para reequilibrar as contas, como o fim da isenção sobre lucro e dividendos de ações e cotas de empresas. Para ele, o ajuste fiscal deve ser feito sem comprometer bandeiras históricas do partido.
Lindbergh disse que a bancada está muito preocupada com o clima político no país e que setores da oposição flertam com "posição claramente golpista" ao defenderem o impeachment da presidenta reeleita.
Quarto colocado na disputa ao governo do Rio de Janeiro, o petista não recebeu o apoio de Dilma na eleição de 2014. Mas afirma que trabalha para que o segundo governo dela dê certo. "Eu quero que o governo dê certo, por isso estamos tratando aqui como aliados. É necessário virar o jogo. A pauta do jeito que está nos coloca na defensiva política", disse o senador ao
Globo.
Publicadas em dezembro, as Medidas Provisórias 664 e 665 modificam regras de acesso a direitos trabalhistas e previdenciários. Aumentam o rigor para a concessão do abono salarial, do seguro-desemprego, da pensão por morte e do auxílio-doença. O governo estima que essas medidas vão resultar em uma economia anual de R$ 18 bilhões. Mas as centrais sindicais e o próprio PT criticam essas mudanças. Ontem Dilma ouviu cobrança de representantes das centrais sindicais. Uma resolução aprovada no fim de semana pelo PT também cobrou coerência da presidenta, que, durante a campanha eleitoral, afirmou que os direitos trabalhistas não seriam modificados "nem que a vaca tossisse".
Leia a entrevista de Lindbergh ao Globo
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