[caption id="attachment_186998" align="alignleft" width="400" caption="Beija-Flor nega ter sido financiada pelo governo de Guiné Equatorial"]

[fotografo]Marco Antonio Cavalcanti/Riotur[/fotografo][/caption]O PSDB no Senado quer se empresa financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ajudou a bancar o desfile da Beija-Flor, cujo enredo homenageou a Guiné Equatorial, país comandado pelo ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo desde 1979. O líder dos tucanos, Cássio Cunha Lima (PB), apresentou requerimento na Mesa Diretora em que cobra resposta do ministro Armando Monteiro Neto sobre financiamento de obras na Guiné Equatorial com recursos do BNDES.
De acordo com o jornal
O Globo, um carnavalesco da escola vencedora do carnaval carioca informou que construtoras brasileiras com negócios no país africano financiaram a Beija-Flor. A agremiação vinha recebendo críticas por ter recebido recursos do governo de Guiné Equatorial, um dos países com pior índice de desenvolvimento humano do mundo. Mas tanto a Beija-Flor quanto as autoridades africanas negam a utilização de dinheiro público no desfile.
Cássio Cunha Lima diz que o pedido da oposição não pretende criminalizar a escola de samba. O alvo, afirmou o tucano, é outro: "É em relação à Queiroz Galvão e à Odebrecht que têm obras na Guiné Equatorial, país que patrocinou a escola de samba. Nós precisamos saber se tem dinheiro público no financiamento dessas obras. Se houver, estará caracterizada uma triangulação do dinheiro público através de uma empresa privada e de uma ditadura com patrocínio para a escola de samba". As duas empreiteiras citadas pelo senador estão entre as investigadas pela Operação Lava Jato.
Segundo o líder tucano, o caso pode configurar tratamento desigual do governo brasileiro com as entidades carnavalescas. "Teria, por isonomia e equidade, de patrocinar todas as escolas, e o faz por via transversa, na triangulação do financiamento feito pelo BNDES a uma empresa que trabalha num país africano e que devolve o dinheiro através de patrocínio a uma escola de samba", afirmou.
Veja o discurso feito pelo tucano no Senado:
[video player="youtube" largura="440" altura="360"]QSaJVaZfo6w[/video]
Além de perguntar se há obras financiadas pelo BNDES em Guiné Equatorial, o requerimento do PSDB questiona quanto foi repassado pelo banco brasileiro para obras no país nos últimos dez anos e quais empresas foram beneficiadas. O pedido de esclarecimentos também recai sobre os critérios adotados na seleção das obras e países beneficiados.
Cássio Cunha Lima disse, ainda, que o episódio reforça a necessidade de instalação da CPI do BNDES, reivindicada pela oposição no Senado e na Câmara, na forma de uma comissão parlamentar de inquérito mista. "Há muita coisa a ser esclarecida sobre a caixa-preta que também é o BNDES", declarou.
Mais sobre o BNDES