[caption id="attachment_190336" align="alignleft" width="350" caption="Ministro se exalta e aponta o dedo para Cunha: "achacador""]
Cid Gomes" src="https://static.congressoemfoco.com.br/2015/03/Cidu-Gomes.jpg" alt="" width="350" height="270" />[fotografo]Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Na já histórica sessão da Câmara em que o agora ex-ministro da Educação
Cid Gomes mandou às favas a diplomacia institucional - e, ato contínuo, foi pedir demissão à presidenta Dilma Rousseff -, uma certeza pairava nos bastidores do Congresso: Cid emplacou seguidas vitórias pessoais em um dia de trapalhadas - a começar pela análise interna da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, vazada para a imprensa, a respeito da
perda de adesão de eleitores da petista. Cid manteve, diante dos deputados que dele esperavam um pedido de desculpas, o que dissera sobre os "400, 300 achacadores" do governo - parlamentares que, segundo ele, ao apostar no "quanto pior, melhor" colheriam da fragilidade governamental as condições propícias para negociar em benefício próprio. E, ao fazê-lo, o ex-ministro despertou de imediato a simpatia da opinião pública, cada vez mais indignada com os desmandos das excelências.
Cid também capitaliza politicamente ao apontar o dedo, em plenário e diante das câmeras em transmissão ao vivo, para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dizer que prefere ser "mal educado" - como o peemedebista o classificou no início de março - a ser um dos "achacadores". Com a postura incisiva, deu munição aos (muitos) desafetos de Cunha, a começar pela própria Dilma, nos esforços de minar as forças do prócer do PMDB, segundo na linha sucessória para a Presidência.
E Cid nem precisava das bravatas contra Cunha para atrair a gratidão de Dilma. Em mais de uma vez nesta quarta-feira (18), tanto na tribuna do plenário quanto em declarações à imprensa, o fundador do Pros disse ter aceitado o "desafio" no Ministério da Educação por "confiar" na presidenta e dizer que ela é "séria, honesta". A propósito, vale lembrar que Cid deixa o governo em um instante de aguda crise político-econômica, em meio à insatisfação de grande parte da sociedade, assim livrando-se de problemas como restrição orçamentária para implementar projetos que tinha em mente para a pasta, uma das mais dispendiosas da Esplanada.
E mais um detalhe: ao pedir exoneração, em vez de ser demitido, Cid desobriga Dilma a demitir seus subordinados, em um afago ao partido dos irmãos Gomes - Cid é irmão de Ciro Gomes, ex-ministro da Integração no governo Lula e cofundador do Pros. Ou seja: tanto Cid quanto Dilma respiram aliviadamente ao ver evitada mais uma cisão na base aliada, mantendo-se assim as chances de governabilidade, para a petista, e algum espaço no governo para membros do partido.
Abaixo, o ex-ministro solta o verbo contra os deputados e, especialmente, contra Cunha. Ele volta a registrar suas objeções a "muitos" congressistas, mas reafirma seu "respeito" pelo Parlamento. "Isso não quer dizer que concorde com a postura de alguns - de vários, de muitos! - que, mesmo estando no governo, os seus partidos participando do governo, têm uma postura, aqui, de oportunismo!", discursou Cid, para quem os pseudo-aliados deveriam "largar o osso" e aderir à oposição.
Veja o filmete, veiculado no portal UOL:
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