Relatório enviado ao juiz federal
Sergio Moro pela Procuradoria da República afirma que Paulo Okamotto, atual presidente do Instituto Lula, "viabilizou, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016, a lavagem de R$ 1.292.210,40 do dinheiro da OAS em favor de Lula". De acordo com as informações publicadas pelo jornal
O Estado de São Paulo, o valor é referente ao pagamento do aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Lula quando ele deixou o Palácio do Planalto no segundo mandato.
"Não pairam dúvidas sobre a atuação ilícita de Paulo Tarciso Okamotto na viabilização do custeio pela OAS do armazenamento de bens pessoais de Lula junto à Granero Transportes", sustenta o documento de 89 páginas, subscrito por onze procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
"A investigação colheu evidências de que a OAS também repassava vantagens indevidas a Lula por meio de pagamento de contrato de armazenagem de bens pessoais junto à Granero Transportes, com adoção de medidas de ocultação de origem e propriedade dos bens para fins de conferir aparência lícita ao repasse de valores provenientes de infrações penais praticadas no âmbito da Petrobrás", afirmam os procuradores.
"A última atuação ilícita de Paulo Tarciso Okamotto nessa fraude ocorreu no mês passado, em 12 de janeiro de 2016, quando ele indicou agentes para retirar os bens pessoais de Lula armazenados pela Granero. Até o presente momento não se sabe exatamente quais eram tais itens, tampouco para onde foram, sendo Paulo Tarciso Okamotto um personagem central para esclarecê-lo", diz o documento.
Paulo Okamotto também foi conduzido de forma coercitiva na 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na última sexta-feira (4), para prestar depoimento.