[caption id="attachment_248211" align="alignleft" width="285" caption="Presidente interino melhorou a articulação do Planalto com o Congresso"]

[fotografo]Beto Barata/PR[/fotografo][/caption]Neste domingo (12), Michel Temer completa um mês como presidente interino da República. O peemedebista frustrou expectativas de que o país teria um período de calmaria na política, mas obteve avanços na economia aprovando medidas como a DRU (desvinculação de receitas da união), importante mecanismo de equilíbrio das contas públicas. Em entrevista ao jornal
Folha de S. Paulo deste domingo, Temer afirmou: "é uma guerra, tem sido uma guerra" o primeiro mês à frente do Planalto.
Pouco depois de completar uma semana no cargo, Temer perdeu um de seus principais aliados. Romero Jucá, responsável pela articulação política para aprovação de medidas econômicas do governo, foi exonerado do Ministério do Planejamento depois de ser flagrado em áudios com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, propondo "estancar a sangria" causada pela
Operação Lava Jato. Jucá teve sua prisão solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a decisão está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Assim como Jucá, Teori
analisa pedidos de prisão contra o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente da República, José Sarney.
Temer ainda sofre com grande rejeição na antiga Controladoria-Geral da União (CGU), que foi transformada em Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. Depois da divulgação dos áudios gravados por Sérgio Machado, o então ministro, Fabiano Silveira, foi demitido. Na ocasião, o ministro, assim como Jucá, também discutia formas de parar a Lava Jato. O novo mandatário da pasta, Torquato Jardim, também não agradou os servidores, que se dizem insatisfeitos com a mudança de nome e de status da CGU e anunciaram
greve geral para esta semana.
O presidente recuou também na questão do Ministério da Cultura, cuja extinção tinha sido anunciada. Após ser pressionado por artistas e servidores do ministério, o presidente interino recriou a pasta. Ao assumir, Temer havia anunciado reduzir de 32 para 23 o número de ministérios.
No Congresso Nacional, Temer é bem recebido pelos parlamentares. Tem o apoio do presidente do Senado,
Renan Calheiros e possui uma base sólida para aprovação de projetos no Legislativo. O mercado também recebeu com otimismo os primeiros passos do governo interino. Nas ruas, porém, movimentos sociais protestam contra sua legitimidade e a popularidade do presidente não apresenta números significativos.
Economia
Já na área econômica, o presidente interino alterou e aprovou a meta fiscal para 2016, que prevê déficit primário de R$ 170,5 bilhões. Medida que havia ficado parada durante meses, a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo usar livremente parte de sua arrecadação, foi aprovada em dois turnos pelos deputados e agora será analisada no Senado.
As vitórias em matérias econômicas foram conseguidas por meio da ampla base de apoio que, com 367 deputados e 55 senadores, aprovou o prosseguimento do processo de impeachment. Recentemente, o governo conseguiu também aprovar o nome de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central.
"Restabelecemos a interlocução com o Congresso, votamos projetos com ampla maioria e estamos retomando a confiança no país, não é pouca coisa para um começo de governo", afirmou Temer à Folha, minimizando as idas e vindas de sua gestão e exaltando as vitórias no Congresso.
Veja a entrevista do presidente à Folha
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