Defesa de Eduardo Cunha teme ataque de Rodrigo Janot
[caption id="attachment_248507" align="alignleft" width="300" caption="Cunha já é réu em uma ação penal no âmbito da Lava Jato na corte"]

[fotografo]Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo][/caption]O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta quarta-feira (22) a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na sessão marcada para às 14h, os ministros do STF vão analisar a acusação de que o peemedebista manteve contas não declaradas da Suíça, abastecidas por recursos ilícitos desviados da Petrobras. Cunha já é réu em uma ação penal no âmbito da
Operação Lava Jato na corte.
Em março do ano passado, Cunha negou à CPI da Petrobras ter contas no exterior, porém, em outubro o Ministério Público da Suíça encaminhou às autoridades brasileiras documentos que comprovam a existência de contas no nome dele no país. O episódio motivou uma representação do Psol e da Rede no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, cujo parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado foi
aprovado na semana passada.
Em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a denúncia contra Cunha no STF. Segundo os investigadores da Lava Jato, a conta atribuída a Cunha no exterior pode ter recebido recursos ilícitos desviados de um contrato da Petrobras na compra de um campo de petróleo no Benin, na África, avaliado em mais de US$ 34 milhões.
Nesta terça-feira (21), Cunha concedeu uma entrevista coletiva e disse estar
"absolutamente convicto" de que não mentiu à CPI da Petrobras sobre as contas no exterior. O peemedebista ainda afirmou que
recorrerá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para tentar anular o resultado da votação do Conselho de Ética que aprovou sua cassação.
Cunha é réu na Lava Jato e está afastado de seu mandato e da presidência da Câmara desde maio por determinação do STF. Além da derrota no Conselho de Ética, por 11 a 9, o deputado afastado colecionou outros dissabores este mês. Um juiz do Paraná bloqueou os bens dele e de sua esposa, Cláudia Cruz. A jornalista também virou ré na Lava Jato. Seu nome apareceu em novas delações, o Banco Central o multou em R$ 1 milhão por manter conta não declarada no exterior. O casal virou alvo ainda de uma ação de improbidade administrativa na qual o Ministério Público cobra quase R$ 100 milhões dos dois.
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