Carlinhos Cachoeira (à direita) ficou nacionalmente conhecido pelo envolvimento com o senador cassado Demóstenes Torres
[caption id="attachment_251080" align="alignright" width="300" caption="Carlinhos Cachoeira (à direita) ficou nacionalmente conhecido pelo envolvimento com o senador cassado Demóstenes Torres"]

[fotografo]Fernando Frazão/Agência Brasil[/fotografo][/caption]O Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou soltar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o diretor da empreiteira Delta, Fernando Cavendish. Ambos saíram do complexo de Bangu 8, no Rio de Janeiro, por volta de 4h desta segunda-feira (11). Também foram liberados Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu.
Todos eles estavam presos desde o dia 2 de de julho na Operação Saqueador, da Polícia Federal. Por falta de verbas no estado, eles não serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas. A vigilância terá que ficar a cargo de agentes.
A Operação Saqueador investiga mais 20 pessoas por envolvimento no esquema de corrupção. Segundo o procurador da República Leandro Mitidieri, cerca de R$ 370 milhões foram desviados de obras públicas tocadas pela Delta e lavados por intermédio de 18 empresas de fachada forjadas por Cachoeira, Assad e Marcelo Abbud, outro preso. O dinheiro em seguida era sacado em espécie e repassado a agentes públicos, de maneira a dificultar seu rastreamento. Abbud e o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste e Distrito Federal Claudio Abreu também receberam o benefício da prisão domiciliar.
De acordo com os investigadores, entre 2007 e 2012, Delta Construções teve mais de 96% de seu faturamento proveniente de verbas públicas, uma soma de aproximadamente R$ 11 bilhões. Segundo o MPF, os operadores do esquema "lavaram" R$ 370 milhões por meio de 18 empresas de fachada - sem funcionários nem receita compatível com a despesa. Os envolvidos realizavam pagamentos a agentes públicos para manter o esquema em segredo. Boa parte da propina era depositada em dinheiro e, principalmente, em ano de eleição.