Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara em 7 de julho, mas segue como deputado afastado
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[fotografo]José Cruz/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Para evitar qualquer reviravolta no processo de impeachment, aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pretendem votar a
cassação do peemebista só depois que o processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff for concluído no Senado. Ontem (terça, 2) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
marcou a leitura do processo contra Cunha para segunda-feira (8), porém, a data da votação segue em aberto.
Segundo Maia, a prioridade é votar matérias econômicas, como o projeto que trata da renegociação das dívidas dos estados com a União e o que retira a obrigatoriedade de a Petrobras participar das licitações de exploração do pré-sal. O presidente da Câmara disse que tentará votar a cassação ainda em agosto e negou a relação com o processo de impeachment - defendida pela tropa de choque de Cunha.
"Eu adoraria que a Dilma fosse cassada antes do Eduardo Cunha", afirmou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), fiel aliado do ex-presidente da Câmara representando o discurso de grande parte da base de apoio do peemdebista e do governo Michel Temer. "Seria uma consideração com Cunha, protagonista desse processo", acrescentou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO).
Abstenções
A votação que selará o destino de Eduardo Cunha ainda caminha para ter recorde em abstenções. Estima-se que 200 deputados não comparecerão ao plenário para votar a cassação. Com a estratégia, aliados pretendem adiar ainda mais o processo, que foi instaurado em 3 de novembro do ano passado. O presidente da Casa já afirmou que não pautará o caso com menos de 400 parlamentares presentes. Como são necessários 257 votos para tirar seu mandato, as ausências ajudam Cunha.
Atualmente na oposição, PT, PCdoB, Rede e Psol cobram do presidente da Casa uma resposta cobre a votação do relatório de
Marcos Rogério (DEM-RO). "Esse processo já passou de 10 meses, portanto, não cabe pautar nenhum projeto, nenhuma prioridade do governo provisório golpista, sem que se vote a cassação do deputado Eduardo Cunha", disse a líder da minoria,
Jandira Feghali (PcdoB-RJ).
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