Lula em reunião com ministros. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Pesquisa
Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira indica queda na aprovação do governo e do trabalho do presidente Lula entre agosto e outubro. Nesse intervalo de dois meses, o índice dos que aprovam o governo caiu de 60% para 54%. Já o percentual dos que desaprovam o mandato subiu de 35% para 42%. O recuo na avaliação do governo se deu de forma generalizada, alcançado todas as regiões e estratos sociais. É também a primeira vez em que a desaprovação entre os eleitores de Lula chega a quase 10%. Além disso, a reprovação voltou a crescer no eleitorado que votou em Jair Bolsonaro após três rodadas.
Na avaliação do diretor da Quaest, Felipe Nunes, a queda na aprovação do governo está associada ao pessimismo com a economia e à percepção dos brasileiros de que o país não está no caminho certo. A quantidade de viagens internacionais do presidente, a persistência da polarização política e a posição do governo brasileiro em relação ao grupo extremista palestino Hamas também são apontados fatores que ajudam a entender a queda na popularidade. A pesquisa indica também problema na comunicação do governo, que tem tido dificuldade de fazer prevalecer as notícias positivas em relação às suas ações.
Por outro lado, a posição do Planalto e do Itamaraty em relação à guerra no Oriente Médio, com o rápido resgate de brasileiros na região do conflito, é um ponto muito bem avaliado. Também há aprovação ao veto parcial de Lula ao
marco temporal para a demarcação das terras indígenas. A oposição e a bancada ruralista já se articulam para derrubar os vetos no Congresso Nacional.
Veja os principais números da pesquisa, bem como a interpretação dos dados por Felipe Nunes, que também é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).