[caption id="attachment_218490" align="alignleft" width="285" caption="Uma das principais estratégias do grupo era inviabilizar a venda de etanol e forçar o consumidor a comprar gasolina"]
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[fotografo]ABr[/fotografo][/caption]A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (24) um grupo acusado de montar um cartel no setor de distribuição e revenda de combustíveis no Distrito Federal e no Entorno do DF. Segundo as investigações da Operação Dubai, as principais redes de postos de combustível da cidade combinavam preços entre si, determinando os valores que seriam cobrados do consumidor final. As redes menores eram comunicadas pelos coordenadores regionais do cartel.
O prejuízo estimado para o consumidor pode chegar a R$ 1 bilhão por ano. Só a principal rede investigada vende R$ 1,1 milhão de litros de combustível por dia, um lucro diário de quase R$ 800 mil com o esquema.
Ao todo, 200 policiais federais cumprem 44 mandados de busca e apreensão, 25 conduções coercitivas e sete prisões temporárias em Brasília e nas sedes das duas maiores distribuidoras do país, no Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, o Sindicombustíveis/DF, que representa os postos de combustíveis do Distrito Federal, servia como porta-voz do cartel e perseguia os proprietários de postos dissidentes. A PF também acusa as principais distribuidoras de estimular a fixação artificial de preços dos combustíveis por meio de seus executivos.
Uma das estratégias do cartel era tornar o etanol (álcool) um combustível economicamente inviável para consumidor, mantendo valor do álcool sempre superior a 70% do preço da gasolina, mesmo durante a safra. A manobra forçava o consumidor a comprar apenas gasolina, o que facilitava o controle de preços e evitava que o etanol fosse vendido a preços competitivos.
Isso fez com que os postos de Brasília cobrassem os maiores preços de gasolina do país, apesar da logística favorável para o transporte do combustível. "De forma simplificada, a cada vez um consumidor enchia o tanque de 50 litros - já que cada litro da gasolina era sobretaxada em aproximadamente 20% - o prejuízo médio era de R$ 35", exemplificou a PF em nota à imprensa.
Com informações da Polícia Federal
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