[caption id="attachment_233388" align="alignleft" width="360" caption="Partido ganhou sete deputados durante a janela partidária"]

[fotografo]Mariana Di Pietro/DEM[/fotografo][/caption]A bancada do DEM na Câmara anunciou nesta terça-feira (22) que todos os seus membros votarão a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando da votação do relatório da comissão especial em plenário. A decisão foi levada a público em ato no Salão Verde da Casa, em que deputados do partido mostraram cartazes com a frase "DEM: 100% impeachment" (foto ao lado).
O ato reuniu deputados e senadores no anúncio de fechamento de questão. Líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM) justificou a decisão. "Estamos há 14 anos fazendo oposição ao governo petista. E, agora, alinhados com a voz das ruas, vamos derrubar esse governo que tanto mal fez ao país", declarou o deputado - que, como este
site mostrou mais cedo, hoje sofreu um
revés no Tribunal de Contas do Amazonas, em condenação por desvio de R$ 4,6 milhões dos cofres públicos.
Presidente nacional do DEM, o senador José Agripino (RN) fez menção a uma frase do ex-presidente Lula sobre o partido, em comício de campanha de Dilma em 13 de setembro de 2010 ("Precisamos extirpar o DEM da política brasileira", disse o petista). "Como podemos ver, o Democratas não só não acabou, como está ainda mais forte", discursou Agripino, em referência aos sete deputados federais que o partido recebeu durante a recém-cerrada janela partidária, passando a acomodar 28 representantes.
Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), pontuou a trajetória de oposição do partido nas duas gestões petistas, de Lula e Dilma. "Manteremos nossa luta, tanto na Câmara como no Senado, sem nos acovardar, votando com 100% da bancada pelo impeachment", emendou o senador.
Estratégia
Enquanto partidos definem suas posições sobre o processo de impeachment de Dilma, que já está sob exame na comissão processante formada por deputados, Dilma tenta angariar apoio no Congresso e na sociedade civil ao mesmo tempo que busca manter no governo o PMDB, maior partido da base - os diretórios de São Paulo e Espírito Santo já defendem o rompimento definitivo com a gestão Dilma. Enquanto isso, o Planalto trava uma batalha jurídica para emplacar o ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.
Hoje (terça, 22), o comando da comissão do impeachment decidiu excluir a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS) do processo de deposição em tramitação na Câmara. A decisão foi tomada pelo presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF), e pelo relator, Jovair Arantes (PTB-GO), após a desistência da oposição de incluir o depoimento do petista na ação. Os oposicionistas recuaram por temer que o chamado aditamento atrasasse a análise da matéria com uma provável batalha jurídica.
Mais sobre impeachment
Mais sobre crise política