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Congresso em Foco
22/02/2017 | Atualizado às 22h40
[caption id="attachment_284238" align="aligncenter" width="574" caption="Passagem de Serra pelo Itamaraty foi marcado por embates com a Venezuela"]
O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), pediu demissão na noite desta quarta-feira (22) ao presidente Michel Temer. Ele alegou que enfrenta problemas de saúde, que atrapalham as constantes viagens internacionais que precisa fazer em função do cargo. O pedido de exoneração foi aceito por Temer. Em carta divulgada pelo Palácio do Planalto, Serra afirma estar triste com a decisão e que atuará em favor do governo assim que reassumir o mandato no Senado, de onde está licenciado. Desde que chegou ao Itamaraty, em maio do ano passado, sua cadeira é ocupada pelo suplente José Aníbal (PSDB-SP). O mandato dele vai até 2022.
A carta de demissão foi entregue pessoalmente ao presidente no Palácio do Planalto. "Segundo os médicos, o tempo para restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses", afirma o agora ex-ministro, sem detalhar a doença. Há dois meses ele se submeteu a uma cirurgia de descompressão e artrodese da coluna cervical. A passagem dele pelo ministério foi marcada por confrontos diretos com o governo da Venezuela, em contraposição à política anterior, de aproximação entre os dois países.
Ao voltar ao Senado, Serra mantém o foro privilegiado. Ou seja, só poderá ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), corte também responsável por seu eventual julgamento. O tucano, que foi duas vezes candidato à Presidência da República (2002 e 2010), é citado nas delações da Odebrecht. A Procuradoria-Geral da República ainda analisa as declarações dos executivos da empreiteira. De acordo com delatores, Serra foi beneficiado com R$ 23 milhões em doações ilícitas do grupo, por meio de caixa dois, em sua campanha de 2010. Parte do dinheiro, segundo eles, foi repassada no Brasil e outra, em contas no exterior. A prestação de contas do candidato aponta que a Odebrecht doou R$ 2,4 milhões para sua candidatura naquele ano - nove vezes menos do que o citado nas delações.
Leia a íntegra da carta de demissão do ministro José Serra: "Senhor presidente, Pela presente, venho solicitar minha exoneração do cargo de Ministro de Estado das Relações Exteriores. Faço-o com tristeza mas em razão de problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência, os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de Chanceler. Isto sem mencionar as dificuldades para o trabalho do dia a dia. Segundo os médicos, o tempo para restabelecimento adequado é de pelo menos quatro meses. Para mim, foi motivo de orgulho integrar sua equipe. No Congresso, honrarei o meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática no Brasil. Respeitosamente, José Serra" Mais sobre José SerraTemas
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