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Congresso em Foco
11/06/2017 | Atualizado às 13h36
[fotografo]Reprodução/Youtube[/fotografo]
No Brasil, uma nova Constituição foi promulgada, agora ditando as novas regras do jogo: um regime de exceção ao qual o país fora submetido alguns anos antes. O presidente Gen. Costa e Silva fora eleito indiretamente e o ex-presidente Gen. Castelo Branco morrera em um acidente de avião em condições não bem explicadas. Os Festivais de Música Popular Brasileira, mais comumente conhecidos como festivais da canção, faziam grande sucesso e, naquele ano, Edu Lobo venceu com a canção "Ponteio", seguido por Gilberto Gil, com "Domingo no parque" e Chico Buarque, com "Roda viva". Contudo, sob o sol do oriente e próximo às areias do Sinai a tensão se acirrava entre as nações árabes e Israel. Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, os ânimos entre os estados pró-Palestina e aquele favoráveis a Israel nunca arrefeceram. O que o mundo assistia, às vésperas do vigésimo aniversário da criação do Estado de Israel, parecia não passar de mais uma das oscilações de humores entre aqueles dois lados. Não foi. Já há algum tempo um sentimento pan-arabista reverberava e mostrava-se cada vez mais exaltado, especialmente após uma reunião ocorrida no Cairo, Egito, em 1964. Desde a Guerra de Suez (1956) alianças militares foram firmadas e se fortaleceram na região. Egito, Síria e Jordânia compunham uma força de coalizão. Os termômetros locais subiram quando desponta um novo grupo: a OLP (Organização para Libertação da Palestina), a qual passa a contar com o apoio de importantes aliados locais como Síria e Jordânia. Israel encara tais movimentações de forma afrontosa e ameaçadora, especialmente após os deslocamentos de tropas egípcias na península do Sinai. A guerra que se iniciava naquele momento não era exatamente um conflito novo, porém uma continuidade de outros embates do passado e o resultado do acirramento das tensões entre os países da Liga Árabe e Israel. A Guerra dos Seis Dias (1967) teve início em 5 de junho com uma ofensiva israelense. A alegação desses era tratar-se de um ataque preventivo diante das movimentações recentes na região e o pedido do presidente egípcio para a retirada das tropas de paz da ONU que estavam estabelecidas na área da Península do Sinai. Tal como sugere o nome, esta foi uma guerra rápida, mas de consequências que puderam ser sentidas a longo prazo. No desfecho desse conflito, além de um numero estrondoso de baixas entre os países árabes e, também, embora em menor proporção, entre os israelenses - esses vitoriosos - conseguiram ampliar significativamente seu território. Israel conquistou o controle da península do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia (porção oriental) e das colinas de Golã. No final de 1967, o Conselho de Segurança da ONU redigiu uma resolução em que exigia a devolução dos territórios dominados por Israel, no entanto, isso não ocorreu de imediato. Foram anos e anos de morosas negociações para a devolução desse e daquele território: em 1979 iniciou-se a devolução do Sinai ao Egito e foi apenas em 2005 que as forças militares israelenses se retiraram de Gaza e as colinas de Golã foram devolvidas à Síria. Além das baixas, uma onda de refugiados gerada por esse conflito reverberou nos países árabes do entorno, contudo, passados 50 anos desse episódio, os novos remodelamentos geopolíticos da região vêm ampliando o alcance desses fluxos populacionais, embora a tensão ainda lembre o clima de outrora. * Kaili Takamori é professora de história do Cursinho da Poli. Crise na Turquia: quando as carroças puxam os boisTags
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