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Congresso em Foco
4/8/2017 | Atualizado às 17:15
A revista Época publicou, nesta sexta-feira (4), imagens das quantias de dinheiro, cuidadosamente colocadas nas malas que chegaram às mãos de Frederico Pacheco, Rodrigo Rocha Loures e Roberta Funaro, emissários do senador Aécio Neves (PSDB-MG), do presidente Michel Temer (PMDB) do doleiro Lúcio Bolonha Funaro.
Leia a íntegra da reportagem de Época
Parte das delações da JBS vieram à tona em 17 de maio e resultaram na Operação Patmos, na manhã seguinte, que prendeu Frederico, o assessor parlamentar Mendherson Lima, a irmã de Aécio, Andrea Neves, que é acusada de organizar os pagamentos, e Roberta Funaro. Na ocasião, Aécio passou a responder ao seu nono inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi afastado de seu mandato de senador e da presidência do PSDB. Rocha Loures, o "homem da mala" e apontado como homem de confiança de Temer, foi preso pouco depois, após perder o foro privilegiado. Atualmente, todos cumprem prisão domiciliar.
A reportagem da revista reconstituiu cinco entregas dos montantes, em malas e mochilas, a partir das gravações de Ricardo Saud, autorizadas pela Justiça. As cinco entregas somam R$ 2,4 milhões em propinas, R$ 1,5 milhão em três entregas para Frederico, destinadas a Aécio, uma de R$ 400 mil para Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro, e de R$ 500 mil ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) - a mesma que foi gravada pela Polícia Federal (PF) e mostra Rocha Loures saindo apressado de uma pizzaria com a mala preta em mãos.
[caption id="attachment_303835" align="alignright" width="210" caption="Mala entregue a Frederico Pacheco em 12 de abril"]Os relatos da reportagem, assinada pelo editor-chefe de Época, Diego Escosteguy, mostram o "desconforto" inicial de Frederico, primo de Aécio escolhido pelo senador para apanhar os R$ 2 milhões que pediu à JBS, até a última entrega de Saud, quando almoçou com o delator. A revista reconstitui três das quatro entregas. "Quem é que fica andando com 500 mil de um lado para o outro?!", questionou Fred a Saud no dia 12 de abril. Na ocasião, Fred foi acompanhado de Mendherson Lima, assessor parlamentar de Zezé Perrella (PMDB-MG), buscar a mala preta usada pelos funcionários da JBS para entregar valores a partir de R$ 500 mil.
As entregas a ele foram realizadas nos dias 5, 12 e 19 de abril e 3 de maio. A entrega a Fred foi a última feita antes da Operação Patmos, na qual o primo do senador foi preso.
Florisvaldo de Oliveira providenciava o dinheiro para as entregas. Para Roberta Funaro, os R$ 400 mil foram entregues no dia 20 de abril, em notas de R$ 100 e acomodados em uma pasta preta. O valor correspondia ao mensalinho pelo silêncio do doleiro. A irmã de Funaro foi de táxi, acompanhada de sua filha pequena, buscar a propina. Dispensou a orientação de Saud para conferir o valor e foi embora.
No dia 28 daquele mês, era a vez de Rocha Loures apanhar a primeira parte do acerto da propina por benefício ilegal de uma empresa do grupo J&F no Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O ex-deputado foi filmado correndo com a mala que seria, segundo investigadores, a primeira das várias parcelas de um montante que, pago semanalmente em um prazo de mais de 20 anos, seria uma espécie de aposentadoria para Temer e Loures.
Frederico, Mendherson e Andréia Neves, irmã de Aécio e que é apontada como uma das organizadoras dos pagamentos, foram presos durante a Operação Patmos, deflagrada no dia 18 de maio. Roberta Funaro foi levada para depor. À época, Rocha Loures ainda Detinha foro privilegiado, exercendo mandato de deputado como suplente de Osmar Serraglio (PMDB-PR). Quando Serraglio foi demitido do Ministério da Justiça, Loures perdeu o foro e foi preso no dia 3 de junho. Atualmente, Frederico, Mendherson, Andréia e Rocha Loures cumprem prisão domiciliar. Aécio voltou ao Senado após decisão de Marco Aurélio Mello em 30 de junho, último dia antes do recesso do Judiciário.
Leia mais: Antes de ser preso, emissário de Aécio levou R$ 480 mil para casa da sogra
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