PSDB lança plataforma para abastecer filiados oposicionistas em discussões com o governo. Sua bancada na Câmara, porém, vota com o Executivo. Foto: Antonio Molina
A executiva nacional do
PSDB concluiu nesta terça-feira (4) a reunião para decidir a posição do partido a respeito das duas candidaturas para o
segundo turno das eleições presidenciais. A decisão foi de liberar os diretórios estaduais, cabendo a cada um decidir se apoia
Lula, do PT, ou
Jair Bolsonaro, do PL. Até o momento, o atual presidente já conta com o apoio do diretório paulista, um dos principais da legenda.
Um diretório que pode divergir do paulista é o do Rio Grande do Sul, onde o partido segue em disputa para o governo. O tucano
Eduardo Leite concorre no segundo turno contra
Onyx Lorenzoni (PL-RS), candidato de Bolsonaro para o pleito gaúcho. Apesar da inimizade histórica entre PT e PSDB, a tendência é de apoio do eleitorado de Lula ao ex-governador.
Em Pernambuco, por outro lado, o PSDB já pode enfrentar um forte dilema: se de um lado o presidente Jair Bolsonaro conta com alta rejeição no estado, por outro o PT já possui uma candidata ao governo no segundo turno, que é
Marília Arraes (Solidariedade-PE). Para a candidata tucana Raquel Lyra, um apoio a Bolsonaro pode garantir para si a maior parte do eleitorado do atual presidente, mas corre o risco de perder o apoio da parcela de lulistas que optou por seu nome no primeiro turno.
O PSDB é federado com o Cidadania. Este, por sua vez, escolheu oficialmente um lado, tendo declarado oficialmente apoio à candidatura de Lula. "O partido avalia que Bolsonaro representa valores contrários aos seus princípios democráticos e republicanos, ao respeito às diferenças e aos direitos humanos, à defesa da ciência e da vida", declarou seu presidente,
Roberto Freire, após reunião da executiva nacional.
O alinhamento federal do
Cidadania, porém, também não vincula os diretórios estaduais. "O Cidadania jamais deixou de se posicionar, ainda que respeitando, como respeitará neste caso, posições individuais de seus militantes e dirigentes. E não seria agora, nesse grave momento da vida nacional, que o partido assumiria a condição de mero espectador da realidade. É preciso derrotar Bolsonaro democraticamente", declarou.