Filha do deputado estadual Leonel Radde foi ameaçado por meio de redes sociais. Foto: Divulgação
Uma jovem de 21 anos, filha do deputado estadual gaúcho Leonel Radde (PT), foi ameaçada de morte e de estupro por meio de mensagem enviada pelo Whatsapp para o seu celular. O caso será investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
O episódio ocorreu após o deputado encabeçar uma campanha pelo cancelamento do show da banda norueguesa Mayhem, acusada de fazer apologia ao nazismo e ao supremacismo. Assim como já havia ocorrido em Brasília, o show do grupo, que seria realizado em Porto Alegre nesta terça-feira (21), foi cancelado após as denúncias.
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Jovem foi ameaçada por mensagem de texto. Foto: Reprodução[/caption]
Um dos líderes do movimento "Policiais Antifascismo", Radde atuou no desbaratamento de células neonazistas no estado por meio de apurações feitas quando atuava na Polícia Civil. E começou a sofrer ameaças em 2019, quando já era vereador na capital gaúcha.
"Eles tentam intimidar, agir com violência. Não menosprezo, não penso que isso é só da boca pra fora. Acredito que tem membros desses grupos que têm vontade e coragem de fazer algo. Mas a gente não pode recuar", afirmou ele ao Congresso em Foco.
O
deputado conta que recebeu ao menos dez ameaças de morte até hoje. "Dois que me ameaçaram estão presos até hoje. Além da pauta neonazista, também estão envolvidos com pedofilia e outros conteúdos criminosos. Indivíduos que participavam de grupos que organizavam atentados em escola, com arma de fogo", explicou.
Segundo ele, os autores das ameaças vêm do submundo da internet e têm a conivência de políticos de extrema-direita. Radde diz que reforçou os cuidados com a segurança da filha e lamentou que as ameaças sigam a lógica da misoginia e do machismo. "Já haviam feito ameaças contra minha ex-mulher e contra a minha atual esposa com ligações e mensagens de celular."
A bancada estadual do PT no Rio Grande do Sul prestou solidariedade, em nota, ao colega: "É inaceitável a intolerância, a disseminação de mensagens de ódio e a violência contra as mulheres, no caso específico, de uma jovem, filha do parlamentar".