Em clima de sábado, senadores ouvem testemunha e evitam bate-bocas
[caption id="attachment_258740" align="alignleft" width="300" caption="Em clima de sábado, senadores ouvem testemunha e evitam bate-bocas"]

[fotografo]Edilson Rodrigues/Agência Senado[/fotografo][/caption]No terceiro dia de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, os senadores acalmaram os ânimos, depois da
intensa troca de ofensas em plenário nesta sexta-feira (26), e adotaram um tom mais tranquilo nas discussões. As perguntas direcionadas ao ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, penúltima testemunha de defesa a ser ouvida no Senado, têm viés técnico e, confirmando explanações já feitas na comissão do impeachment, eximiu a presidente afastada da responsabilidade pelas pedaladas fiscais.
A maioria dos senadores que já definiu posição pró-impeachment preferiu não fazer perguntas a Nelson Barbosa, o que acelerou a sessão. Aqueles que optaram por questionar o ex-ministro, como senador
Aécio Neves (PSDB-MG), falaram sobre a crise econômica que atinge o país. Barbosa, por sua vez, respondeu que a crise foi causada por uma série de fatores externos e internos, como "o preço de
commodities, queda do preço do petróleo, correção de preços administrados, cortes de gastos, paralisação política do Congresso com as pautas-bomba, a Lava Jato".
As primeiras horas da sessão deste sábado foram marcadas pelo baixo quórum de senadores. No início do debate, apenas 25 dos 81 parlamentares estavam presentes em plenário. O próprio presidente da Casa,
Renan Calheiros (PMDB-AL), não estava entre os "
juízes" desta reta final do impeachment.
Renan aproveitou a noite de ontem (sexta, 26) para selar a paz com os senadores petistas, com quem
trocou ofensas no segundo dia de julgamento. Confessando-se arrependido de ter atacado
Gleisi Hoffmann (PT-PR) em um discurso, o peemedebista se reuniu com Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, e
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da Minoria.
Testemunhas
Além de Barbosa também será ouvido hoje, na condição de informante, o professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi Ribeiro. O pedido para alterar a condição do depoimento de Lodi Ribeirro foi feito pelo advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, pelo fato de o professor ter atuado como assistente de perícia no processo.
Depois que Lodi Ribeiro responder às perguntas dos senadores, o ministro Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento do impeachment no Senado, encerra a fase de oitiva de testemunhas. A expectativa dos parlamentares é encerrar os trabalhos ainda neste sábado, até o fim da tarde.
O julgamento será retomado às 9h de segunda-feira (29) com a presidenta afastada Dilma Rousseff. Além de apresentar pessoalmente sua defesa aos 81 senadores, a petista também responderá perguntas de parlamentares com a
presença do ex-presidente Lula, no que é considerado o momento crucial do processo iniciado há mais de oito meses. Uma comitiva da petista também estará em plenário, o que levou o comando do Senado a considerar a modificação do posicionamento dos profissionais de imprensa e demais credenciados.
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