[caption id="attachment_281967" align="aligncenter" width="550" caption="Raimundo minimiza demora na escolha para a CCJ: "Uma hora tem que sair""]
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[fotografo]Marcos Oliveira/Agência Senado[/fotografo][/caption]
Três senadores da bancada do PMDB vão disputar no voto, em eleição interna marcada para o final da tarde desta terça-feira (7), a presidência da mais importante das comissões do Senado, a de Constituição e Justiça. Responsável pela sabatina do ex-ministro da Justiça Alexandre Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF), a coordenação dos trabalhos da comissão está sendo duramente disputada por Marta Suplicy (SP), Raimundo Lira (PB) e Edison Lobão (MA). Nenhum dos três abre mão do cargo, que dá muita visibilidade política a quem for escolhido. O PMDB tem o direito a escolher antes das demais bancadas a CCJ por ser a maior bancada. A decisão deve sair ainda hoje.
O senador Raimundo Lira deu entrevista a uma emissora de rádio da Paraíba e se queixou que o novo líder da bancada,
Renan Calheiros (AL), que não respeitou o acordo com o colega - ainda em dezembro, o parlamentar paraibano já era cotado para o comando da CCJ. Para atender aos anseios de Renan, Lira abriu mão do interesse pela liderança da bancada ainda em dezembro em troca da sua indicação para a CCJ. Ele se queixa que Renan não cumpriu o acordo e indicou Marta Suplicy e Lobão para disputar o mesmo posto.
"Trabalhei 90 dias falando com os companheiros e tinha o apoio majoritário para ser líder, mas não confirmei minha candidatura porque sabia do interesse dele pela liderança. Quando abri mão da liderança, havia um acordo para que eu fosse para a CCJ, mas isso não aconteceu", queixou-se Lira. Mais cedo, depois de mais uma das inúmeras reuniões que o PMDB tem realizado nos últimos dias, o senador minimizou a demora na escolha. "Está difícil, mas uma hora tem que sair."
Articulação
Lira foi presidente da comissão do impeachment no Senado e, desde o ano passado, vem articulando a sua indicação ou para a liderança ou para a CCJ. "Tenho apoio majoritário para ser escolhido presidente da CCJ", disse o senador paraibano. A CCJ será a primeira comissão a ter a presidência e a composição escolhidos ainda nesta terça-feira (7), para que então possa ser marcada a sabatina de Alexandre Moraes, ministro da Justiça licenciado por 30 dias a partir de ontem (segunda, 6). A bancada de apoio ao governo Senado tem pressa para aprovar o nome indicado do presidente Michel Temer para compor o Supremo Tribunal Federal no lugar de Teori Zavascki, relator da
Operação Lava Jato morto em
19 de janeiro.
Além da CCJ, o PMDB resolveu ficar com as presidências de outras comissões importantes. A de Infraestrutura está sendo disputada por outros quatro pretendentes, mas o senador
Eduardo Braga (AM) tem se articulado com a direção do partido e até com o governo para ficar com o cargo. O senador Valdir Raupp (RO) sugeriu que parlamentares que já ocuparam presidências de comissões ou cargos importantes, como o de ministro de Estado, ficassem fora da disputa.
Mas não houve acordo, uma vez que
Eduardo Braga e Edison Lobão - que foram ministros de Minas e Energia na gestão Dilma Rousseff - não abriram mão da disputa pelo espaço de poder. O PMDB vai ficar, ainda, com as presidências das comissões de Assuntos Sociais e de Desenvolvimento Regional.
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