Romário volta à tribuna do Senado após cirurgia e defende combate à diabetes
Congresso em Foco
15/02/2017 | Atualizado às 17h19
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[caption id="attachment_283243" align="aligncenter" width="585" caption=""Defendo que o Sistema Único de Saúde, o SUS, disponibilize essa cirurgia de forma gratuita a todos os brasileiros", disse Romário"]Romário-volta-a-tribuna-do-senado-apos-cirurgia-e-defende-combate-a-diabetes/attachment/Romário-22/">Romário-22" src="https://static.congressoemfoco.com.br/2017/02/Romário-22.jpg" alt="Waldemir Barreto/Agência Senado" width="585" height="293" />[/caption]
O senador Romário (PSB-RJ) voltou à tribuna do Senado Federal depois da polêmica cirurgia que fez o ex-jogador perder mais de 10 quilos. O procedimento, chamado gastrectomia vertical com interposição ileal, foi a saída encontrada pelos médicos de Romário para conter o diabetes do parlamentar. Segundo o relato, a taxa de glicemia dele, que chegou a 400, hoje está em 90.
Em seu discurso, de pouco mais de cinco minutos, Romário saiu em defesa do procedimento cirúrgico a que foi submetido e se comprometeu a lutar pelos diabéticos no parlamento brasileiro. "Não sou profissional da Medicina e só posso falar por mim mesmo, mas os resultados que alcancei me transformaram em porta-voz dessa causa", disse. "Defendo que o Sistema Único de Saúde, o SUS, disponibilize essa cirurgia de forma gratuita a todos os brasileiros", completou.
Para Romário, o fato de a cirurgia ser considerada experimental atrapalha no tratamento da diabetes e beneficia apenas as seguradoras e planos de saúde - que não são obrigadas a pagar pelo procedimento. "Vale lembrar que o transplante de fígado foi, por quase vinte anos, considerado experimental, gerando as mesmas dificuldades para quem precisava da cirurgia", ressaltou.
"Minha história [com a diabetes] tem um resultado feliz, mas que, infelizmente, não está disponível a todos", protestou o ex-jogador. "Sei que muita coisa entra em jogo quando falamos em curar pessoas, que vão parar de tomar remédios caros. Não deveria ser assim, mas existem interesses econômicos envolvidos", indicou.
O parlamentar apresentou um estudo recente da Organização Mundial de Saúde que apontou que mais de 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes, o que equivale a 8,1% da população. Segundo Romário, a doença mata 72 mil pessoas por ano no Brasil e responde por 70% dos casos de amputação. "O Brasil é hoje o quarto país com mais casos de diabetes no mundo", lembrou.
"Estamos falando de uma gravíssima questão de saúde pública", alertou Romário. "Apenas em 2015, o Sistema Único de Saúde gastou R$ 92 milhões com internações causadas pelo diabetes", concluiu.
Assista ao discurso de Romário:Mais sobre saúde