[caption id="attachment_290036" align="aligncenter" width="550" caption="Maia encerrou a sessão na Câmara tão logo foi anunciada a divulgação da lista"]
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[fotografo]Antonio Augusto/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]
A
divulgação da lista de nove ministros do governo, 12 governadores, 42 deputados e 29 senadores que passaram a responder inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em crimes identificados na
Operação Lava Jato provocou uma debandada de parlamentares e encerrou as votações de projetos importantes no Congresso na tarde desta terça-feira (11).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está na lista,
suspendeu a votação do projeto que define critérios para a renegociação das dívidas dos Estados e não conseguiu reabrir a sessão. Antes da divulgação da lista de processados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, haviam 446 deputados em plenário. A sessão foi encerrada para verificação de quórum a pedido de deputados da oposição e poucos minutos depois não pode ser reaberta porque só 260 parlamentares registraram presença.
Maia decidiu, então, retornar ao seu gabinete e a sessão foi encerrada por falta de quórum. Nem mesmo a presença no plenário dos governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, foi suficiente para impedir a debandada de deputados. O projeto que institui o novo regime de recuperação fiscal dos estados e do Distrito Federal ficou para depois dos feriados da Semana Santa. Muitos deputados aproveitaram a debandada para anteciparem a volta aos seus Estados.
[caption id="attachment_290046" align="aligncenter" width="550" caption="Debandada geral na Câmara e no Senado depois da lista"]
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[fotografo]Fábio Góis/Congresso em Foco[/fotografo][/caption]
Comissões
Até a comissão de Constituição e Justiça da Câmara que teve sessão convocada pelo presidente
Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) para aproveitar o encerramento da sessão do plenário da Casa não conseguiu quórum mínimo para o funcionamento. Só os deputados
Chico Alencar (Psol-RJ) e
Aliel Machado (Rede-PR) apareceram. A divulgação da lista de Fachin passou a ser a piada do dia entre parlamentares que não estão sendo investigados pela Operação Lava Jato.
"Quando disse da tribuna que não havia mais clima para discutir a renegociação da dívida dos Estados por causa da lista do ministro Fachin, foi um corre-corre", disse o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), decano da Câmara, em rápida entrevista ao
Congresso em Foco. A divulgação da lista dos congressistas processados ajudou os deputados contrários a aprovação do projeto de renegociação das dívidas estaduais com a União que queriam suspender a votação.
Às pressas
No Senado houve o mesmo esvaziamento que ocorreu na Câmara. O presidente da Casa,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), que também compõe a lista, deixou o plenário logo depois que foi aprovada a nova lei da imigração em substituição à Lei do Estrangeiro. Abordado por repórteres, o peemedebista se limitou a dizer que não estava sabendo da divulgação da lista.
[caption id="attachment_290049" align="aligncenter" width="550" caption="Plenário do Senado deixado às moscas depois do anúncio da lista"]
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[fotografo]Fábio Góis/Congresso em Foco[/fotografo][/caption]
Por alguns minutos os senadores passaram a discursar sobre assuntos genéricos que não estavam em discussão. A divulgação da lista do ministro Fachin antecipou o começo dos feriados e adiou para a próxima semana qualquer atividade no Congresso.
Sai a lista de Fachin. Ministro do STF autoriza investigação de mais políticos na Lava Jato
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