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Congresso em Foco
11/07/2017 | Atualizado às 18h49
Front feminino: senadoras da oposição garantem que não deixarão a Mesa
As senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pode se tornar alvo de ação no Conselho de Ética por terem ocupado, com o objetivo de barrar a reforma trabalhista, a Mesa do plenário do Senado. A ocupação teve início por volta das 11h desta terça-feira (11) e ainda persiste até o fechamento desta reportagem. É provável que adentre a noite, uma vez que ainda não há acordo entre governistas e as parlamentares oposicionistas. Diante do impasse, o senador José Medeiros (PSD-MT) decidiu recolher assinaturas para protocolar uma representação contra as oposicionistas. Reforma trabalhista: senadoras oposicionistas ocupam Mesa e Eunício manda desligar luz e som do plenário "Temos umas 15, 17 [assinaturas]", disse o senador ao Congresso em Foco, logo depois de colher o apoio do senador Edison Lobão (PMDB-MA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Lobão, no entanto, disse à reportagem estar reticente sobre se esse é o melhor caminho para lidar com a situação. "Estamos representando não só contra as três [senadoras], mas contra todos aqueles que estavam ali, os autores e coautores. Só não posso fazer contra o José Dirceu porque ele não é parlamentar." Para Medeiros, há quebra de decoro na ação oposicionista. "A conduta abusiva dos senadores que se negaram a deixar a Mesa Diretora, repita-se, visou, única e exclusivamente, a obstrução ilegal e a continuidade da sessão, cuja Ordem do Dia previa apenas a discussão do projeto de lei ao qual eram contrários", diz o senador na representação, pedindo o enquadramento das parlamentares nas normas regimentais por "atos incompatíveis com aética e o decoro parlamentar". A oposição não aceitou os termos da última votação da matéria antes da sanção presidencial. Uma das demandas era a apreciação de destaques à matéria, individualmente, o que atrasaria a deliberação - o que contraria os interesses do governo Temer, que pretende acelerar a aprovação do texto para dar uma demonstração de força em um momento de grave crise política e ameaça à própria manutenção de Temer na Presidência da República. Além das três, outras senadoras se revezaram no ato de protesto contra a reforma, que altera diversos pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e modifica a histórica relação entre capital e força de trabalho no Brasil. Entre as senadoras que engrossaram o ato das colegas estão Ângela Portela (PDT-RR), Kátia Abreu (PMDB-TO), Regina Souza (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA), acompanhadas em relação ao mérito da matéria por senadores como Lindbergh Farias (RJ), líder do PT, Humberto Costa (PT-PE) e Paulo Paim (PT-RS). "Nem a ditadura" No início do protesto, quando subiu à Mesa Diretora para presidir a sessão desta terça-feira (11), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), esbarrou na linha de frente formada pelas colegas. Ao perceber que elas não deixaram o posto de comando dos trabalhos, pegou o microfone que estava instalado na roupa de Fátima Bezerra e exclamou: "Está encerrada a sessão e não tem som enquanto eu não sentar na presidência da Mesa", disse Eunício, que depois determinou o desligamento das luzes do Senado.Tags
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