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Congresso em Foco
25/10/2017 | Atualizado às 21h47
<< Após oito horas, Câmara alcança quórum para votar investigação contra Temer << Temer sente "desconforto" e é internado para exames enquanto Câmara examina denúnciaEm 2 de agosto, Temer já havia sido salvo por deputados da base governista, com um placar de 263 votos contra a consecução das investigações. Naquela ocasião, deputados a favor da denúncia por corrupção passiva somaram 227 votos, 115 a menos que o mínimo exigido (342) para que o STF levasse as apurações adiante. Nesta segunda denúncia, dois de seus ministros também foram beneficiados pela decisão da Câmara - Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), acusados apenas pelo crime de organização criminosa. Na votação de hoje (quarta, 25), o que estava em jogo era o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), contrário à denúncia da PGR. O parecer do tucano, aprovado em 18 de outubro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, acentuou a divisão entre defensores e adversários de Temer no PSDB, em meio às notícias de que o presidente afastado do partido, Aécio Neves (MG), operava nos bastidores para ajudar o presidente. A exemplo de Temer, Aécio é um dos principais investigados na Operação Lava Jato e também foi denunciado ao Supremo pela PGR, por corrupção passiva e obstrução de Justiça. Durante as discussões na CCJ, a oposição já advertia que a tropa de choque de Temer atuou novamente para trocar membros no colegiado e, assim, garantir uma maioria artificial a favor do presidente. Os oposicionistas também acusaram o governo de negociar cargos e liberar dinheiro do orçamento para construir o resultado na comissão. Na votação desta quarta-feira (25), o líder do Psol, Glauber Braga (RJ), pediu a palavra para encaminhar o voto fechado de sua bancada contra Temer e sintetizou a acusação de barganha. "Nós não topamos a salvação do bandidão Michel Temer", vociferou Glauber, representando a parcela "fora Temer" em plenário. "Lavem a boca para falar do presidente!", disse Wladimir Costa (SD-PA), vocalizando os fiadores da gestão peemedebista. Wladimir levou cartaz ao plenário com os dizeres "Deixem o homem trabalhar; vão procurar o que fazer" (foto abaixo). Máquina A tática governista em busca de apoio e votos teve continuidade depois da decisão da CCJ, com medidas polêmicas destinadas, segundo a oposição, a atender bancada poderosas em seus interesses financeiros. Em uma das ações governamentais, Temer tratou de providenciar, além da polêmica portaria que afrouxa a fiscalização do trabalho escravo - uma constante em fazendas Brasil afora -, um decreto que autoriza a conversão de multas ambientais em prestação de serviços, e justamente no setor ambiental. O afago dos ruralistas vai além: ganha desconto de 60% sobre as multas quem aderir aos termos do decreto. Ambientalistas fazem coro com a oposição no Congresso e dizem estar clara a barganha por votos por meio de medidas para agradar setores influentes. Seria uma forma de suavizar aos seus devedores com voto (muitos deles do agronegócio), em tempo de recessão econômica, o impacto de R$ 4,6 bilhões em multas aplicadas por órgãos ambientais federais ainda não pagas e não judicializadas. A dedicação do governo em usar a máquina governamental para garantir sobrevivência poder ser traduzida em números. Segundo levantamento da Agência Lupa sobre a agenda presidencial, desde 29 de junho Temer foi a 414 encontros públicos com 217 deputados aptos a votar. Apenas no período em que a segunda denúncia tramitou na Câmara, diz o trabalho, 53% das reuniões registraram a presença de ao menos um deputado. - um total de 145 dos 272 compromissos realizados desde 21 de setembro, quando a Casa recebeu a segunda acusação contra o peemedebista. Em tais ocasiões, conclui a Lupa, 121 diferentes deputados se reuniram com Temer.
<< Temer amplia pacote de bondades a ruralistas para barrar segunda denúncia nesta semana
<< Governo fracassa em primeira tentativa de votar denúncia contra Temer na CâmaraMas, no transcorrer do dia, a base governista conseguiu mobilizar número suficiente de presentes para votar a matéria. A certa altura da sessão, o painel eletrônico da Câmara chegou a registrar 487 deputados "na Casa", mas dez a menos em plenário. Sabendo que o quórum poderia ser atingido, a depender das negociações, membros da oposição inicialmente deixaram de registrar presença e, do lado de fora, transformaram o espaço conhecido como Salão Verde em "plenário paralelo".
<< Sem registrar presença, oposição cria plenário paralelo para protestar e esvaziar votaçãoVeja no vídeo:
<< Janot denuncia Temer pela segunda vez e o acusa de liderar organização criminosa; leia a íntegra << Janot denuncia Temer por corrupção passiva no caso JBS; veja a íntegra da denúncia
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