Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
05/12/2017 | Atualizado às 20h35
Baleia quer que outros partidos sigam PMDB: "Cada líder tem que trabalhar, dialogar com sua bancada", recomenda
<< Temer prepara panfleto a deputados com argumento de que votar Previdência não tira votosOs governistas acreditam que, com o aceno do PMDB, maior partido do Congresso, o comando de legendas como PP e PTB se sentirão estimulados a fechar questão para apoiar a reforma, obrigando os deputados a votar como quer o Executivo. No Planalto, a ordem é levar a cabo todos os instrumentos institucionais para aprovar a proposição - que, por se tratar de proposta de emenda à Constituição, exige dois turnos de votação tanto na Câmara quanto no Senado, com ao menos 308 e 49 votos, respectivamente (3/5 do total em ambas as Casas). Na ofensiva governista, o Planalto está disposto a pôr em campo o mesmo pacote que serviu para salvar Temer de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), ambas sepultadas na Câmara: liberação de emendas parlamentares e recursos ministeriais, perdão de dívidas para setores estratégicos representados na Casa e até a ameaça de punição via fechamento de questão, que pode ser de suspensão de prerrogativas e até de expulsão. A postura do governo é apontada pela oposição como "balcão de negócios". Vale até a ameaça velada do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, sobre a não liberação de R$ 3 bilhões a municípios, em 2018, caso a reforma não seja aprovada.
<< Governo promete liberar R$ 3 bilhões aos municípios se reforma da Previdência for aprovadaSegundo Baleia, Jucá deve convocar logo a executiva nacional para decidir sobre o fechamento de questão. "A sinalização é que outros partidos da base vão faze o mesmo e propor o fechamento de questão, seguir com o apoio a essa reforma", declarou o líder peemedebista, disposto a convencer os pares quanto ao "deficit bilionário" do sistema previdenciário - algo que, segundo relatório final da CPI da Previdência, aprovado no Senado em 23 de outubro, não procede.
<< Relatório de CPI do Senado diz que Previdência Social não tem deficit << Relatório final da CPI da Previdência diz que empresas privadas devem R$ 450 bilhões à União"Cada líder tem que trabalhar, conversar, dialogar com a sua bancada. É o que estou fazendo com a bancada do PMDB. Hoje, existe uma percepção clara de que, para a continuidade dos índices bons da nossa economia - que está melhorando a cada mês -, para a retomada do emprego, existe uma perspectiva de que, com o ajuste fiscal, com a votação da reforma, o desemprego que está em 12% pode cair para 8%. Mais de um milhão de novos empregos no país. A ideia é que os deputados sejam convencidos de que esse é o melhor caminho para o país. Não para amanhã, não para depois de amanhã; mas para as futuras gerações", acrescentou Baleia, para quem deputados contra a reforma "fazem politicagem". Baleia confirmou que o assunto reforma da Previdência foi o principal item do cardápio dos almoços e jantares que reuniram a base aliada neste fim de semana. No domingo (3), confirmou o deputado, um jantar na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), serviu para alinhar a estratégia governista em torno da PEC. Na ocasião, Temer e os líderes dos principais partidos resolveram partir para a medida radical - parlamentares, inclusive da base, criticam a imposição do governo há poucos dias do fim do ano e sinalizam que haverá reação. A base calcula em até 330 os votos que podem reunir para aprovar a matéria. Contracorrente Embora peemedebista, Fábio Ramalho é um dos que contestam a estratégia. O deputado disse ao Congresso em Foco que fechamento de questão é "violência" contra o direito de livre orientação do parlamentar. "Quando se faz uma violência dessa contra o parlamentar, contra o Parlamento, demonstra-se que eles não querem votar a reforma da Previdência, nem hoje e nem ano que vem. Eles estão querendo sepultar a reforma, que é necessária e urgente, mas precisa ser melhor discutida para conhecimento do Parlamento e convencimento, também da sociedade. Uma discussão mais ampla e com mais tempo", afirmou o peemedebista, um dos principais articuladores de votações na Câmara. Para Fábio Ramalho, a reforma que precisa ser feita para cobrir o alegado deficit previdenciário e promover o ajuste fiscal é outra. "Tem uma reforma muito mais urgente para o ministro [da Fazenda] Henrique Meirelles fazer, que é a reforma dos ganhos astronômicos dos bancos brasileiros. É o cartão de crédito mais caro do mundo. Tudo o que é mais caro do mundo é o que os bancos cobram dos brasileiros. Esta, para mim, é a principal reforma. Dá muito mais economia do que a reforma da Previdência", acrescentou o peemedebista, para quem a estratégia já se mostrou errada em outras ocasiões. "Eu me elegi [vice-presidente da Câmara] contra o fechamento de questão dos partidos. E esta Mesa [Diretora] da Câmara, a maioria dela foi eleita contrariamente à determinação dos partidos. O candidato do PSDB não ganhou, o do PMDB não ganhou, o do PSB não ganhou. Então, demonstra que isso [fechamento] não funciona na Casa", concluiu, referindo-se à eleição que levou Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Câmara por duas ocasiões. Além de Fábio Ramalho, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o também peemedebista Rodrigo Pacheco (MG) se diz contra o fechamento de questão. Outros peemedebistas já sinalizam que não concordam com os termos da base aliada acerca da votação da PEC, que é relatada pelo deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). Nesse sentido, nomes considerados independentes no PMDB, como Jarbas Vasconcelos (PE), e outros que votaram a favor das denúncias contra Temer, como Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Mauro Mariani (SC), Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Vitor Valim (CE), além do próprio Jarbas, podem se insurgir novamente contra a orientação do partido.
<< Quem são os parlamentares e financiadores de campanha que devem bilhões à União << Apesar da perspectiva de votação, governo não tem votos para aprovar reforma da Previdência
Tags
Temas
LEIA MAIS
Recursos Emergenciais
Congresso promulga lei de crédito extraordinário para o RS em 2025
Vai ou não vai?
Bolsonaro será preso? Veja os próximos passos da denúncia no STF
SEGURANÇA PÚBLICA
Guardas municipais comemoram decisão do STF sobre policiamento