Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
06/12/2018 | Atualizado às 04h33
>> Jucá reassume liderança de Temer no Senado e mira aprovação da cessão onerosa da Petrobras
Outro projeto relevante praticamente descartado, segundo a senadora, é a atualização da Lei Geral das Telecomunicações (PLC 79/2016), legislação aprovada no Congresso há 21 anos e ainda à espera de atenção dos atuais parlamentares. Tanto o projeto da cessão onerosa quanto o da chamada Lei das Teles esbarram não só na agenda parlamentar, faltando menos de 20 dias para o fim do ano legislativo, mas também na atual conjuntura política e na iminência da posse de um futuro governo. No caso da cessão onerosa, a trava está muito menos no cronograma e mais nos desdobramentos para a gestão Jair Bolsonaro (PSL), com o pano de fundo das questões técnicas apontadas pela atual equipe econômica do governo, Ministério da Fazenda à frente (leia mais abaixo). Como a Petrobras cederia a empresas privadas brasileiras ou estrangeiras até 70% dos direitos de exploração do pré-sal, com a contrapartida da remuneração, o dinheiro daí arrecadado seria compartilhado com as unidades da Federação - uma ajuda considerada essencial por governadores eleitos e reeleitos. A conta é tão estratosférica quanto estratégica para os governos estaduais: em 2010, ano da cessão, a Petrobras pagou à União algo em torno de R$ 74 bilhões pelo direito de explorar o volume correspondente a 5 bilhões de barris de petróleo na camada de pré-sal. Depois de iniciadas as perfurações em mar aberto, a surpresa: o potencial de extração foi estimado em até 14 bilhões de barris. Em tempos de crise persistente, o governo poderá vender a empresas interessadas o excedente bilionário descoberto nos campos de pré-sal. A matéria gerou, já em seu nascedouro, uma guerra de versões sobre seu conteúdo, como este site mostrou em 21 de junho, quando da aprovação do texto-base na Câmara (leia a íntegra). Para oposicionistas, trata-se de mais uma maneira que o governo Michel Temer (MDB) encontrou para favorecer concorrentes estrangeiras da estatal de olho no potencial de exploração; para a base aliada, uma ajuda providencial para que a petrolífera possa explorar, por meio de parcerias lucrativas, os hidrocarbonetos (petróleo, gás etc) que ora não consegue extrair das profundezas com aproveitamento máximo.> Cinco bilhões de barris: leia a íntegra do texto sobre a cessão onerosa da Petrobras
Além da polêmica, pesa sobre o projeto a posição da equipe econômica de Temer. Embora já haja um compromisso político entre o atual governo e a equipe de Bolsonaro a respeito da partilha dos recursos, o Ministério da Fazenda resiste em avalizar uma alternativa à aprovação da cessão onerosa - a edição de uma medida provisória, por exemplo -, alegando haver impedimentos técnicos para a formalização desse instrumento de repasse de verba. Assim, o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, não deverá colocar sua assinatura na MP para tais fins e, consequentemente, ajudará a frustrar os planos do próximo, Paulo Guedes.
Mais uma vez líder de um governo no Senado, Jucá reassumiu o posto dizendo que a solução legislativa para o impasse seria justamente a publicação de uma medida provisória ou um projeto de lei negociado em consenso por Câmara e Senado. Ao contrário de Simone Tebet, que tem mandato a cumprir até 2023, o senador deixa o Congresso a partir de 2019, pois não conseguiu se reeleger. "A decisão política de partilhar os recursos já foi tomada, pelo atual governo e pelo próximo. O que temos que discutir agora é como se dará para ela ser efetivada. Isso tudo depende de você ter uma fórmula que contemple sair do teto de gasto [Emenda Constitucional 95/2016], fazer uma despesa extrateto, para ter a condição de repassar o dinheiro", pondera Jucá. Teles Por sua vez, a atualização da Lei das Teles entre resistência entre os próprios senadores. Quem se envolveu nas discussões da matéria alega a impertinência da aprovação de um projeto sem que se saiba, com garantias, se o próximo governo o avaliza. Relator da matéria, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lamenta o impasse. O tucano diz que atualização do marco regulatório do setor das telecomunicações é urgente, pois abre caminho para investimentos que aprimorem os serviços de internet em banda larga. Flexa diz ainda que a telefonia fixa enfrenta declínio irreversível, ao passo em que a internet substitui não só o telefone fixo pelo aparelho celular, mas a própria telefonia como principal meio de comunicação. Leia a íntegra do projeto A nova Lei das Teles permite, entre diversas outras providências, que a modalidade de outorga do serviço de telecomunicações seja via autorização, substituindo-se o modelo de concessão, mediante requerimento das próprias concessionárias - exige-se delas a contrapartida de que o saldo decorrente dessa adaptação se converta em investimentos para redes de banda larga. Na prática, o texto dá mais poderes à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), alvo recorrente da acusação de aparelhamento político. Tramitação suspensa A proposição movimentou o final do ano legislativo de 2016. A oposição ao governo Temer se mobilizou e conseguiu que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendesse a tramitação da matéria, que chegou a ser aprovada naquele ano. Segundo os oposicionistas, a base aliada de Temer quer favorecer interesses das teles - principalmente a Oi, que havia passado por recuperação judicial e não foi poupada da determinação de ressarcir consumidores lesados e da aplicação da multa de R$ 20,2 bilhões a serem pagos à União. O projeto aprovado há dois anos autorizava o repasse de cerca de R$ 100 bilhões às operadoras de telefonia. A oposição também acusou os governistas de acelerar indevidamente a tramitação da matéria, que foi distribuída ao Serviço de Protocolo Legislativo do Senado menos de um mês antes da votação em plenário. Mas os trâmites da matéria foram mantidos a despeito dos desdobramentos jurídicos, e o texto prosseguiu para a sanção presidencial e chegou a receber a assinatura de aval de Temer. O texto foi avalizado em vão: em fevereiro de 2017, o ministro do STF Luís Roberto Barroso suspendeu a sanção e determinou o retorno do projeto ao Senado.> STF pede que Senado explique rápida aprovação de projeto que altera Lei Geral de Telecomunicações
Tags
Temas
LEIA MAIS
Previdência Social
Alcolumbre prorroga programa de enfrentamento da fila da previdência
Recursos Emergenciais
Congresso promulga lei de crédito extraordinário para o RS em 2025
CONTAS DO GOVERNO
SEGURANÇA PÚBLICA
Guardas municipais comemoram decisão do STF sobre policiamento