Bolsonaro afirma que vai editar decreto para liberar posse de arma de fogo
Posse de arma é permitida no Brasil, mas passou a ter regras mais rígidas com o Estatuto do Desarmamento. Também é necessário renovar posse a cada 5 anos
Congresso em Foco
29/12/2018 | Atualizado às 13:25
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Presidente da Bancada da Bala busca acordo com o Executivo para sustar pontos do decreto que restringe registro de CACs. Foto: Tânia Rego/ABr
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou neste sábado (29), em sua conta no Twitter, que planeja decreto para ampliar a posse de arma de fogo e tornar o registro definitivo. O presidente eleito não deu detalhes sobre a ideia, além de afirmar que a posse de arma seria liberada para aqueles que não têm antecedentes criminais.Nova Câmara apoia Bolsonaro em pautas de segurança pública, indica levantamentoCom um decreto, Bolsonaro evita que a medida possa ser discutida pelo Congresso, uma vez que o decreto passa a valer assim que publicado no Diário Oficial da União (DOU).A posse de arma é permitida no Brasil, e renovável a cada cinco anos, sob condições estabelecidas pelo Estatuto do Desarmamento, que virou lei federal em 2003. O estatuto determina que é necessário ter acima de 25 anos, ocupação legal, residência certa e não ter sido condenado, ser investigado ou responder a processo criminal.A lei determina ainda que a pessoa declare efetiva necessidade de possuir a arma e comprove capacidade psicológica e técnica para usá-la.A posse permite que o cidadão mantenha a arma dentro de sua casa ou local de trabalho - desde que seja o responsável legal pelo estabelecimento. Para transportar a arma, é necessário ter porte de arma, o que atualmente só é permitido para membros das Forças Armadas, polícias, guardas, agentes penitenciários e empresas de segurança privada e aqueles que comprovem a necessidade de portar arma por atividade profissional de risco.Estatuto do desarmamentoO estatuto do desarmamento completou 15 anos no início de 2018. Até 2003, qualquer pessoa com mais de 21 anos podia andar armada. Entre 1993 e 2003, segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as taxas de homicídio por arma de fogo subiam quase 8% ao ano, e chegou a ultrapassar a marca de 36 mil mortes por arma de fogo anualmente. Segundo relatório do Mapa da Violência 2015, o Estatuto do Desarmamento poupou cerca de 160 mil vidas até aquele ano.