Mensagens contradizem ministro sobre saída de presidente da Apex[fotografo]Valter Campanato/ABr[/fotografo]
Uma troca de mensagens pelo WhatsAppp mostra que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, forçou a demissão do ex-presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) Alexsandro Carreiro. Em anúncio feito pelo Twitter na noite dessa quarta-feira (9) Ernesto afirmou que Carreiro havia pedido demissão do cargo. Foi a
primeira baixa do governo Bolsonaro.
De acordo com a revista digital
Crusoé, dois minutos antes de tornar pública a saída do subordinado, por volta das 20h, o chanceler enviou a seguinte mensagem pelo celular para Carreiro: "Caro Alex, estou sendo cobrado. Preciso anunciar agora. Colocarei em termos de seu pedido de saída. Assinei a indicação do seu sucessor".
Carreiro respondeu às 20h42, quando a demissão já estava consumada: "Ministro, não formalizei qualquer pedido".
Cartada final
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Carreiro durou uma semana no cargo e ainda tentou reverter decisão de ministro, segundo revista[/caption]
Segundo a
Crusoé, depois de responder o ministro, Carreiro procurou integrantes do PSL para tentar reverter a decisão e ainda enviou prints da conversa com Ernesto para o presidente Jair Bolsonaro, com quem se reuniria na manhã desta quinta-feira. O apelo não surtiu efeito. De acordo com a revista, o ex-presidente da Apex e o ministro não responderam o contato da reportagem.
A nomeação do publicitário para o comando da Apex era alvo de críticas de diplomatas, que questionavam o seu pouco conhecimento da língua inglesa e a falta de experiência para exercer o cargo. No ano passado a Receita Federal deu baixa a uma empresa de Carreiro que prestava consultoria a municípios.
Entre as missões da Apex estão a promoção das exportações dos produtos e serviços do país, a contribuição para a internacionalização das empresas brasileiras e a atração de investimentos estrangeiros para o país. O orçamento da Apex supera os R$ 650 milhões por ano.