Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni comemorou o resultado da votação[fotografo]Gabriel Garcia/Congresso em Foco[/fotografo]
Enquanto o governo discute se mantém o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, aliados se articulam em defesa do deputado licenciado. Ainda incerta, sua permanência divide opiniões no Congresso. Onyx é um político bem quisto e tem apoio de parlamentares. No entanto, líderes pregam cautela, evitando embate com o presidente Jair Bolsonaro, que tem alta popularidade nas redes sociais.
O
Congresso em Foco escutou parlamentares sobre a situação do ministro, que não está garantido no cargo mesmo depois da votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara. O Democratas enxerga manobra do partido de Bolsonaro, o PSL, no processo de desgaste de Onyx.
Bolsonaro anda incomodado com a relação próxima do ministro com os presidentes do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Tamanha insatisfação levou o governo a esvaziar as atribuições da Casa Civil. A interlocutores, Bolsonaro alega que o ministro cede às pressões do Legislativo.
O deputado
Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) sai em defesa do correligionário. "Hoje, o Onyx tem apoio da ampla maioria dos parlamentares. O problema dele é a fome de cargos de alguns parlamentares do PSL", criticou. O líder do partido na Câmara,
Elmar Nascimento (DEM-BA), reforça as credenciais de Onyx, político experiente com trânsito entre vários matizes do Congresso. "Tem a nossa confiança", disse.
Outro defensor do ministro é o líder do Solidariedade,
Augusto Coutinho (PE). Segundo ele, "hoje, Onyx é um dos poucos do governo que tem boa interlocução com a Casa". Assim como Coutinho,
Toninho Wandscheer (PROS-PR) confia na relação de Onyx com a Câmara. "O ministro sempre teve um bom relacionamento com a Casa."
Já o líder do Novo,
Marcel van Hattem (RS), desconhece a intenção do governo em demitir o ministro, apesar de a articulação política ter sido transferida para a Secretaria de Governo, comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos. "Ele (Onxy) tem respaldo de muitos, é deputado, foi líder partidário. Mas articulação agora ficará com Ramos", disse. As mudanças aconteceram após uma série de queixas do Congresso sobre o relacionamento com o Palácio do Planalto.
De acordo com o líder do PSDB na Câmara,
Carlos Sampaio (SP), a troca de ministro é uma prerrogativa exclusiva do presidente. "Cabe à Câmara começar a se relacionar com o novo ministro [caso tenha a substituição]. Mas o Onyx é uma pessoa muito bem quista, uma pessoa que tem um relacionamento muito próximo com todos os deputados", afirmou.
Na votação da reforma da Previdência, Onyx apareceu à comissão especial que discutia a proposta na Câmara. Foi recebido com festa pela maioria dos deputados. Saiu satisfeito com o resultado, 36 votos favoráveis e 13 contrários. Mas nem a vitória o garante no cargo, segundo um deputado do PSL.