Jair Bolsonaro [fotografo]] Isac Nóbrega/PR [/fotografo]
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) usou seu perfil no Twitter noite de domingo (6) para fazer inúmeras críticas à recente edição da revista inglesa
The Economist, intitulada "A década sombria do Brasil"
.
Em caderno especial com dez páginas, publicado em 3 de junho, a revista destacou
o colapso do Brasil no enfrentamento à Covid-19, e estampou, em sua capa regional - voltada à América Latina -, a imagem do cristo redentor respirando com o auxílio de um tubo de oxigênio.
"A revista The Economist enterra a ética jornalista e extrapola todos os limites do debate público, ecoando no artigo 'É hora de ir embora' algumas das narrativas mais falaciosas, histriônicas e exageradas da oposição ao governo federal", escreveu a Secom, no Twitter.
Na publicação mencionada pela Secretaria, a
The Economist cita o presidente Jair Bolsonaro como um líder cujo objetivo é "destruir as instituições, e não reformá-las". O texto também diz que será "difícil" mudar o curso do Brasil enquanto Bolsonaro ocupar a presidência.
"The most urgent priority is to vote him out", diz trecho da revista.
Porém, ao criticar a revista, a Secom distorce o texto e se baseia na tradução literal do trecho segundo a qual "A prioridade mais urgente é eliminá-lo", quando a publicação original afirma ser preciso
retirar Bolsonaro do poder por meio do voto.
Nas postagens, a Secom encampa a versão traduzida da publicação divulgada pelo
O Estado de S. Paulo. "Vejam bem: não falam apenas em vencer nas urnas, superar, destituir. Falam em ELIMINAR. Estaria o artigo fazendo uma assustadora apologia ao homicídio do Presidente?", questionou a secretaria de comunicação.
A secretaria acusa a revista internacional de tentar "interferir" em "questões domésticas" do Brasil.
"Parece que o desespero da Economist e do jornalismo militante, antidemocrático e irresponsável é para que o Presidente da República seja ELIMINADO o quanto antes, antes que ele e seu Governo concluam o excelente trabalho que fazem para o bem do Brasil", escreveu.
A Secom também criticou afirmações da revista de que uma reeleição do presidente Bolsonaro poderia "devastar a Amazônia", chamando-as de "absurdos próprios do panfletarismo juvenil".
"Em verdade, a previsão que a Economist faz sobre a Amazônia revela sua mal-disfarçada torcida contra o Brasil. Torcida esta que fica constrangedoramente escancarada no fim do artigo: '[...] com a vacinação e a recuperação da economia, o presidente pode recuperar terreno'", alegou a Secom.
O caderno da revista ainda abordou tópicos como economia, corrupção, Amazônia e as perspectivas para o Brasil. O texto escrito destaca que o Brasil enfrenta "sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985", e ao fim do caderno, há uma foto associando Bolsonaro a Hitler, acompanhada do artigo citado pela Secom e intitulado "Hora de ir embora".
Em 2016, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a revista também criticou o governo da petista, ao dizer que ela "decepcionou" o país, diante da recessão e do desemprego, cuja taxa era de 10% na época.
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Capa da última edição da revista internacional The Economist [fotografo] Reprodução/The Economist [/fotografo][/caption]
Veja os 23 tweets da Secom publicados neste domingo: