Walter Braga Netto teve o nome citado duas vezes no inquérito do caso Marielle. As suspeitas, porém, recaem atualmente sobre seu subordinado. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), enviou um ofício ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), solicitando a abertura da Comissão Representativa do Congresso para investigar as declarações do ministro da Defesa, Braga Netto. O deputado pede que a Comissão seja instalada em "caráter de urgência".
Com sete senadores e dezesseis deputados, cabe à Comissão fiscalizar e controlar o Poder Executivo, além de convocar ministros de Estado, durante o recesso legislativo.
"Dentro de um contexto de escalada autoritária e antidemocrática do Governo Bolsonaro, permeada por constantes bravatas golpistas e reiteradas ameaças de ministros, comandantes das forças armadas e do próprio presidente da república, é fundamental que o Congresso Nacional tenha uma postura firme diante dos acontecimentos", diz o ofício.
Informações reveladas pelo Estadão na quinta-feira (22) dão conta que o ministro da Defesa mandou um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), condicionando a eleição de 2022 à implantação do voto impresso. De acordo com o jornal, Lira procurou Bolsonaro por ter entendido a fala de Braga Netto como ameaça a tentativa de golpe e disse que não embarcaria em rupturas institucionais e não admitiria golpes. No entanto, Braga Netto nega a informação.
O voto impresso está sendo discutido na Câmara dos Deputados com a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/2019, de autoria de uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Bia Kicis (PSL-DF). O texto já foi aprovado na Comissão especial e aguarda votação no plenário da Casa.
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