Bolsonaro diz que nunca acusou Anvisa de corrupção, mas mantém ataques
Fala de Bolsonaro em programa da Jovem Pan vem dois dias depois de presidente da Anvisa cobrar retratação pública do presidente.
Congresso em Foco
10/01/2022 | Atualizado às 21h11
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-presidente Lula (PT) é o "genocida de inocentes" ao defender o aborto. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo seu papel no combate à pandemia de covid-19. Em entrevista, Bolsonaro acusou o presidente da agência, Antônio Barra Torres, de ter publicado uma "carta agressiva" contra ele no último sábado (8), cobrando uma retratação de críticas feitas pelo mandatário à Anvisa.
Sem se desculpar ou se retratar, Bolsonaro criticou o tom da mensagem do presidente da agência. "Me surpreendi com a carta dele", disse. "Carta agressiva, não tinha motivo para aquilo. Falei: 'o que está por trás do que a Anvisa vem fazendo?'. Ninguém acusou ninguém de corrupto", disse Bolsonaro ao programa "Os Pingos nos Is", da Jovem Pan.
O presidente voltou a dizer que não viu "nenhuma morte" de crianças por covid-19, apesar de os dados públicos mostrarem o contrário. Bolsonaro falou com exclusividade à Jovem Pan duas vezes nesta terça-feira. Mais cedo, o militar reformado deu entrevista ao programa Morning Show.
As críticas de Bolsonaro à agência atingiram um novo patamar na sexta-feira (7), quando Bolsonaro buscou desestimular novamente a vacinação de crianças. Na ocasião, em uma entrevista a uma rádio de Pernambuco, ele insinuou que a Anvisa teria outros interesses na autorização para a imunização de crianças de cinco a 11 anos (Bolsonaro, como se sabe, também é contra a imunização de adultos.
Veja a íntegra da entrevista:
No sábado à noite, Barra Torres respondeu Bolsonaro em uma carta endereçada em nome da Anvisa. O tom adotado, no entanto, foi pessoal. "Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro", disse, referindo-se si mesmo, "a não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar. Agora, se o Senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate."
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