Distorção de dados por Queiroga em entrevista foi repudiada por usuários da rede social. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Em resposta a uma declaração enganosa do ministro da saúde
Marcelo Queiroga sobre o efeito das vacinas contra a
covid-19, o termo "Queiroga Mentiroso" ocupou os
trending topics do
Twitter na manhã desta quarta-feira (19). A declaração do chefe da
saúde chegou a resultar em respostas de repúdio de parlamentares na rede social.
A revolta nas redes se deve a um comentário do ministro em entrevista à Jovem Pan na última segunda-feira (17), quando afirmou que quatro mil pessoas morreram ao longo de 2021 por efeitos adversos da vacina. Dados oficiais, porém, apontam para apenas 13 óbitos, em um universo total de 320 milhões de doses já aplicadas. O número é 307 vezes menor que o levantado por Queiroga.
A distorção nos números rapidamente foi repudiada por membros da Câmara dos Deputados. "Um ministro da Saúde que compartilha fake news e incentiva movimentos antivacina não honra a cadeira que ocupa. Um desserviço à sociedade. Oswaldo Cruz deve estar decepcionado vendo a destruição de todo o seu trabalho para conscientização de vacinação", declarou o deputado
Professor Israel Batista (PV-DF).
Outro parlamentar a comentar sobre o caso foi
Ivan Valente (Psol-SP). "Queiroga e Bolsonaro fazem de tudo para atrasar a vacinação, criando dificuldades e insegurança. Mais um golpe contra a vacina!", exclamou em seu Twitter. Mas o principal partido a demonstrar repúdio foi o PT, de onde sua presidente
Gleisi Hoffmann (PT-SP) questionou "o que uma pessoa não é capaz de fazer pra se manter no cargo e conseguir apoio eleitoral".
Em resposta, Queiroga se posicionou em seu Twitter. "Durante a entrevista, eu disse exatamente que 'há cerca de 4 mil óbitos onde há uma comprovação de uma relação causal com a aplicação da vacina'. A fala está correta. (...) Pelos dados do Ministério da Saúde, apenas 13 casos tiveram relação direta comprovada com a vacina contra a covid-19. Isso também está correto", apontou.
Segundo o ministro, a Folha de S. Paulo, primeiro veículo a apontar para a fala sobre as vacinas, teria ignorado seus comentários sobre "os aspectos positivos da vacinação e sua contribuição na redução dos óbitos causados pela covid-19", mas que não se deve deixar de acompanhar os efeitos adversos.
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