Apesar das negociações pelo nome de Moro terem sido costuradas, interlocutores da sigla afirmam que ele deve ficar de fora. Foto: Reprodução/ Blog Maurílio Júnior
Antes focado em um projeto que reunisse partidos para fugir dos "extremos" Lula-Bolsonaro nas eleições presidenciais deste ano, a
União Brasil deve desistir de lançar uma única candidatura de terceira via com
PSDB,
Cidadania e
MDB. O partido que surgiu da fusão entre o DEM e o PSL estuda o lançamento de uma chapa puro-sangue. E pode desta forma trazer de volta o ex-juiz
Sergio Moro ao páreo eleitoral.
No caso, porém, discute-se agora uma inversão: o presidente da União,
Luciano Bivar, encabeçaria a chapa tendo
Sergio Moro como candidato a vice.
A sinalização da União Brasil ocorreu na última terça-feira (26) em uma reunião dos partidos que trabalhavam por uma via presidencial. Juntamente com o PSDB, Cidadania e MDB, as legendas deveriam lançar um único nome em conjunto no dia 18 de maio para concorrer às eleições.
A avaliação de um dos dirigentes do partido é de que as legendas que conversavam ainda não haviam batido o martelo sobre qual rumo tomariam em outubro. Para
Júnior Bozzella (SP), vice-líder do União, as siglas encontram-se em "celeuma".
"Os demais partidos encontram-se numa celeuma. Sempre tem uma fragmentação interna, uma briga, complexidade, resistência e não tem a harmonização que existe na União. Bivar [Luciano], hoje, tem os instrumentos para construir uma via capaz de fazer frente a esta polarização. Ou pelo menos uma possibilidade de fazer frente", disse Bozzella ao
Congresso em Foco.
Atualmente, a União Brasil reúne a maior verba de Fundo Eleitoral, mais tempo de televisão e não depende de outras legendas para isso. Seguir com uma candidatura única com os demais partidos poderia trazer uma divisão no partido, avaliou o parlamentar.
Segundo Bozzella, o partido também se configura como o mais "pacífico" dentro da terceira via. Assim, também não teria de recuar e declarar apoiar
Simone Tebet, do MDB, ou
João Doria ou
Eduardo Leite, do PSDB.
Apesar do nome de
Sergio Moro não ter sido oficialmente cravado para atuar com Bivar, a filiação do ex-juiz foi o divisor para a definição da chapa pura. As pesquisas eleitorais apontam para uma melhora no desempenho do presidente Jair Bolsonaro desde que
Sergio Moro deixou a disputa, quando era candidato pelo Podemos. A maior parte dos votos que Moro tinha - ele oscilava em torno de 9% nas pesquisas - migrou para Bolsonaro.
O vice-líder do partido, no entanto, garante que a decisão será do presente Bivar.
"Bivar é o maestro. Ele vai saber conduzir isso [chapa] da melhor maneira para que todos esses componentes realmente se transformem em uma boa chapa para fazer uma campanha extremamente competitiva. Moro pode ser um apoiador que o presidente vai conseguir posicionar no jogo. Moro é um cabo eleitoral. Ele tem um capital político que é dele e isso será bem organizado dentro do partido", disse.