Deputados querem que Anderson Torres preste esclarecimentos sobre interferência de Bolsonaro nas investigações contra Milton Ribeiro. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Durante sua participação em audiência da
Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça,
Anderson Torres, negou ter tido contato com o blogueiro Allan dos Santos, ativista bolsonarista foragido da justiça brasileira por conta do
Inquérito das Fake News. Os dois estiveram presentes no mesmo dia na cidade estadunidense de Orlando, na Flórida.
"A imprensa fez uma confusão muito grande. Eu não estive com esse cidadão, eu não vi esse cidadão nos Estados Unidos. Não tenho o que responder a respeito disso", disse o ministro quando questionado pelo deputado
Túlio Gadêlha (Rede-PE) sobre a decisão dele e do presidente
Jair Bolsonaro de não notificar a
Polícia Federal sobre a presença de
Allan dos Santos em Orlando.
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O blogueiro esteve com Bolsonaro durante uma motociata com apoiadores, um dia após a participação do presidente na Cúpula das Américas. A participação de Allan dos Santos gerou estranhamento do líder da minoria na Câmara,
Alencar Santana Braga (PT-SP), que abriu pedido no
Supremo Tribunal Federal para que o episódio fosse investigado. O pedido também foi para que se apurasse a possível presença de Anderson Torres no ato.
Em suas redes sociais, o ministro da justiça não negou sua participação, afirmando apenas que "não consta o nome do 'foragido' na difusão vermelha da Interpol, portanto, na verdade, ele [Allan dos Santos] não é foragido. Alerto também que eu e o presidente não temos poder de polícia nos EUA". O mesmo argumento foi adotado na audiência antes dele negar ter tido contato com o blogueiro.
Durante a reunião com a comissão, o ministro ainda negou ter participado da motociata. "Até pela minha profissão, (...) eu não tenho amizade, não tenho relacionamento ou absolutamente nada com foragidos ou esse tipo de coisa. Eu não ando de moto, eu não sei andar de moto", disse.