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Congresso em Foco
05/11/2017 | Atualizado às 23h37
<< Governo planeja levar Battisti de volta à ItáliaNovo pedido de extradição Um dos principais articuladores do PT para a concessão do refúgio a Cesare Battisti em 2009 Suplicy encomendou um parecer jurídico a Dallari para tentar convencer o presidente Michel Temer a garantir a permanência do italiano no Brasil. O documento foi anexado à carta enviada pelo ex-senador a Temer. No início deste semestre, o governo da Itália pediu a Temer que revogue a decisão de Lula e autorize a extradição de Battisti. Para Dallari, o pedido das autoridades italians é inconstitucional. "Uma eventual concessão da extradição acarretaria a desmoralização do presidente Temer como jurista e também como humanista, considerando que Cesare Battisti é casado com brasileira e tem filho brasileiro menor de idade que depende dele para sua subsistência", alegou o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em texto dirigido a Suplicy. Amigo de Suplicy e autor do livro Cenários ocultos do caso Battisti, o professor Carlos Lungarzo divulgou a troca de mensagens entre o vereador e o consul. Para ele, o tom adotado pela autoridade italiana é inaceitável e merece uma reação do Braisl. "Devemos nos questionar se somos um país que pretende chegar algum dia à democracia, ou, pelo contrário, se realmente somos um país de bananas (ou, ainda de cascas de bananas), já que toleramos mansamente ser alvo do ressentimento e do racismo de potências colonialistas e clepto-estados (inclusive, colonialistas por proxy, nem sequer por seu próprio empenho) que se servem de governos ilegítimos e, como o nosso, altamente corruptos", criticou o ativista. A íntegra da mensagem de Suplicy ao cônsul italiano em São Paulo: "Prezado Senhor Cônsul Geral da Itália em São Paulo, Sr. Michele Pala: Como neto de italiano, muito amigo da Itália, venho transmitir o quanto considero que será uma decisão errada caso o Presidente Michel Temer venha a decidir pelo envio de Cesare Battisti à Itália. Eis porque lhe envio cópia de mensagem que enviei ao Presidente Temer sobre o tema, com parecer do Professor Dalmo Dallari e também do hoje Ministro Luís Roberto Barroso. Especialmente porque Cesare Battisti foi julgado em ausência, por defensores que falsificaram a procuração para o representá-lo, e porque há evidências de que ele não praticou os quatro assassinatos pelos quais foi condenado, acredito que a Itália não poderia exigir a sua extradição sem antes lhe assegurar novo julgamento de forma efetivamente isenta. Respeitosamente, Eduardo Matarazzo Suplicy Vereador em São Paulo" A íntegra da resposta do cônsul Michele Pala a Suplicy: Ao Senhor Vereador Eduardo Matarazzo Suplicy Em outras circunstâncias eu teria agradecido a gentileza de compartilhar a carta enviada ao Senhor Presidente da República Federativa do Brasil em relação ao caso Cesare Battisti, não fosse que a anexa análise do Professor Dalmo de Abreu Dallari contém afirmações que correspondem a um verdadeiro insulto a Itália, suas instituições democráticas, seu sistema judiciário garantistá e seu povo. Cada um obviamente tem liberdade de ter as próprias opiniões sobre o caso do Cesare Battisti. O que absolutamente não é admissível são afirmações que tentam falsificar a realidade histórica e atual. O Professor Dallari escreve que a Itália de 1979 tinha um governo declaradamente neofascista e que essas conotações neofascistas estão presentes agora. O senhor se da conta da gravidade dessas afirmações? Elas só podem ser fruto de total ignorância - que não é admissível num professor universitário e num ex Senador que se proclama muito amigo da Italia - ou de má fé. A Itália de 1979 era um estado democrático de direito. O Presidente da República era o socialista Sandro Pertini, um ex partigiano. Participava ativamente da vida democrática do país o maior partido comunista do mundo ocidental, partido que repudiava o terrorismo e a luta armada. E para o professor Dallari governos fascistas estão presentes ainda agora na Itália?! Dizer isto é simplesmente uma vergonha insultante. Como pode o senhor contribuir a propagar afirmações delirantes como estas? O senhor tem o direito obviamente de opinar como quer em relação a extradição do Battisti, mas chega de desinformação em relação à situação político institucional da Itália da época dos crimes de Battisti e de hoje. Michele PalaCônsul Geral da Itália em São Paulo
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