Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
08/11/2017 | Atualizado às 20h58
<< Câmara aprova reformulação do Fies e impõe a estudante pagamento imediato após o cursoEntre as principais mudanças, está a exigência, já para 2018, de adesão das faculdades interessadas a um fundo de garantia, além do pagamento das parcelas do financiamento pelo estudante logo após o término do curso. Antes da MP, os alunos tinham uma carência de 18 meses para começar a pagar, após o término da faculdade. Apesar de retirar a carência, o texto prevê juro zero para beneficiários nos contratos assinados a partir de 2018. Alterações dos juros não incidirão sobre contratos firmados antes da mudança. A MP também destina de recursos de vários fundos regionais para o Fies: Fundos de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), do Nordeste (FDNE) e da Amazônia (FDA); Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO). Há ainda a previsão de recursos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A revisora da matéria, senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), afirmou que a MP é uma forma de salvar o Fies. Segundo a senadora, "da forma como está hoje, o Fies é um programa totalmente inviável". Lúcia Vânia disse que o país ainda tem a necessidade do apoio do governo no financiamento da educação superior. Ela apontou, porém, que uma série de decisões equivocadas, tanto do ponto de vista de gestão quanto do econômico, comprometeu o programa. Assim, argumentou a senadora, o governo acertou com a edição da medida. - A MP é muito bem-vinda. Haverá avanços na gestão, nos modelos de financiamento e na diversificação das fontes - declarou. Debate A aprovação da MP, no entanto, não veio sem polêmica. Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), a MP pode inviabilizar o Fies. O fim da carência de 18 meses para o estudante começar a pagar o financiamento, após o fim da faculdade, foi um dos pontos criticados. Fátima chegou a apresentar um destaque para resgatar esse item, por meio de uma emenda do senador José Pimentel (PT-CE), mas não houve apoio suficiente para a emenda ser aprovada. Ela disse ainda que o Brasil registra um baixo número de jovens com acesso a curso superior, de apenas 18%, e que as alterações promovidas pela MP poderão piorar esse índice. Ao anunciar posição contrária à matéria, o líder do PT, senador Lindbergh Farias (RJ), disse que o governo Michel Temer tem tomado seguidas medidas de ataque à educação - e a MP do Fies seria mais um exemplo. Segundo Lindbergh, dos 700 mil beneficiários em 2014, o Fies pode ser reduzido a apenas 100 mil, com as alterações. O senador também reclamou do que chamou de "truculência" do presidente do Senado, Eunício Oliveira - que não teria dado tempo para o debate. Na visão de Lindbergh, a "cabeça de empresário de Eunício" estaria distorcendo sua relação com o Plenário. - Vossa excelência precisa respeitar os senadores. Aqui não é sua empresa - criticou. - Nem é sua casa. Eleja-se presidente do Senado - rebateu Eunício, antes de conceder a palavra a Lindbergh. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) defendeu a MP, apontando que haverá 300 mil vagas para o Fies no próximo ano. Marta Suplicy (PMDB-SP) classificou o Fies como um dos programas mais importantes para a educação nacional. Ela criticou vários desvios de finalidades do programa e apontou que a MP é uma forma de acertar os rumos do Fies. Wilder Morais (PP-GO) também defendeu a matéria e disse que é "pelo estudo" que é possível vencer na vida. Fundos Para a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), a MP é uma forma de democratizar o acesso dos jovens ao ensino superior. Ela criticou, porém, a possibilidade de uso de recursos dos fundos constitucionais para o Fies, pois seria "dar com uma mão para tirar com a outra", e pediu que o governo vete esse item. O senador José Medeiros (PSD-MT) também manifestou preocupação com os recursos dos fundos constitucionais. Na opinião de Renan Calheiros (PMDB-AL), o uso dos fundos é um equívoco da MP, que ainda pode reduzir o Fies a apenas um "plano piloto". Segundo a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), o modelo atual do Fies é "cruel", enquanto a MP apresenta várias conquistas. Ela se disse favorável à proposição, mas manifestou preocupação com os fundos constitucionais. De acordo com o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE), o Fies vai continuar robusto e atendendo à parte mais necessitada da população. Bezerra acrescentou que o programa terá condições de atender 300 mil estudantes ao ano, o que corresponde à série histórica do Fies. Ele reconheceu, ainda, que é preciso refletir sobre o uso dos fundos, mas ressaltou que seu uso não é "impositivo, mas pode ser demandado". Na visão do senador Telmário Mota (PTB-RR), a medida traz vários pontos positivos. Ele defendeu o uso de recursos dos fundos - que podem "financiar empresas e também poderiam financiar pessoas". - Essa MP traz amplos benefícios para o país, principalmente em um momento de grande inadimplência - argumentou Telmário.
<< Senado aprova MP do Fies com transferência de despesas da União para instituições de ensino
Tags
Temas
LEIA MAIS
CONTAS DO GOVERNO
RELAÇÕES EXTERIORES
SEGURANÇA PÚBLICA
Guardas municipais comemoram decisão do STF sobre policiamento